Polo Industrial de Manaus fatura R$ 74,4 bilhões em 2016

O  Polo Industrial de Manaus (PIM) encerrou 2016 com queda de 6,14% no faturamento em relação a 2015. No último ano o polo contabilizou saldo de R$ 74,4 bilhões, enquanto no ano anterior os números alcançaram R$79,3 bilhões. Em dólar a redução ainda foi mais expressiva com queda de 9,28%. Em 2016 o PIM alcançou US$21.85 bilhões e no ano anterior US$24.08 bilhões.

Os números são dos Indicadores de Desempenho divulgados ontem pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Segundo os empresários, o resultado negativo está diretamente ligado à crise econômica nacional, fator que ainda inibe esperanças de melhores resultados para 2017. Conforme os números divulgados pela Suframa, em comparação a dezembro, em 2016 o PIM contabilizou R$6,4 bilhões (US$ 2.03 bilhões), o que representou um crescimento de 10,6% em real (32% em dólar) em relação a igual período de 2015, quando o faturamento atingiu R$ 5,8 bilhões (US$ 1.54 bilhão).

Na avaliação do presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, a queda no faturamento do PIM é justificada pela instabilidade econômica que atinge o país. Ele nega a expectativa de melhores resultados para este ano.

“Infelizmente não temos perspectivas de crescimento para este ano. Os valores liberados das contas inativas do FGTS, que começam a ser retirados das agências bancárias, podem sim ajudar a estabilizar o processo de queda. Espero que seja suficiente para melhorar o ânimo do consumidor, mas não acredito que resulte em crescimento da atividade do PIM”, disse o empresário.

Segundo os empresários, o resultado está diretamente ligado à crise econômica nacional, fator que ainda inibe esperanças de melhores resultados para 2017. Foto: Walter Mendes/Jornal do Commercio
De acordo com o presidente da Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas (Aficam), Cristóvão Marques, a crise econômica continua afetando a atividade industrial. Ele relata que as fabricantes de componentes estão com a produção reduzida mesmo após o retorno das férias coletivas. Houve diminuição no volume de pedidos.

“As empresas não recebem pedidos. Ainda há muito produto em estoque e as montadoras estão utilizando esses componentes armazenados. A esperança é que a partir de março novos pedidos sejam feitos e a produção normalize. Também acreditamos que o consumidor tenha ânimo para adquirir produtos investindo com o recurso do FGTS. Esses valores podem gerar melhores resultados à indústria”, comenta.

Para a superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, no período em que o governo federal adota medidas direcionadas à recuperação da economia nacional é possível ter otimismo quanto ao desempenho da indústria regional em 2017. Ela destaca que neste ano a Suframa e o modelo ZFM comemoram 50 anos.

“Apesar de todas as dificuldades enfrentadas em 2016, chegar ao final do ano com um faturamento de quase R$ 75 bilhões e com mais de 85 mil empregos gerados é um resultado que deve ser destacado, pois demonstra que as empresas se mostraram firmes em manter a produção e enfrentar com determinação a crise econômica e política vivenciada no país”, disse Rebecca.

“Sem dúvida, um cenário favorável na economia mundial e um ambiente interno estável, a partir de uma política de ajustes que favoreça a competitividade, é o que determinará a retomada do crescimento, não apenas do Polo Industrial da Zona Franca de Manaus, mas de toda a indústria de transformação instalada nas diferentes regiões do país”, complementou.

Com R$ 19,5 bilhões (US$ 5.7 bilhões) faturados no ano, o polo Eletroeletrônico foi o maior responsável pelo resultado global de faturamento do PIM, respondendo por 26,15% do total. Em seguida apareceram os segmentos de Bens de Informática, com participação de 18,81%; Químico, com 15,46%; e Duas Rodas, com 14,12%.

Os setores que apresentaram crescimento, em moeda nacional, na comparação entre 2016 e 2015 foram: Bens de Informática (14,52%); Termoplástico (3,07%); Bebidas (14,66%); Metalúrgico (3,40%); Bens de Informática do Polo Mecânico (40,61%); Produtos Alimentícios (1,79%), Beneficiamento de Borracha (16,45%); Ótico (3,94%); Brinquedos (30,79%); e Isqueiros, Canetas, Barbeadores Descartáveis (22,92%).

A mão de obra do PIM em dezembro foi de 85.889 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados. Com osresultados consolidados de janeiro a dezembro, o ano de 2016 encerrou com uma média mensal de 85.574 empregos.

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