Pelo quarto mês consecutivo o Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou crescimento no índice de postos de trabalho com carteira assinada. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no mês de setembro o saldo entre admissões e demissões foi de 681 vagas de trabalho. Em agosto, o saldo havia sido positivo em 1,1 mil colaboradores.
Por outro lado, setores como o da construção civil e do comércio apresentaram queda no volume de empregos. Para os empresários, o cenário negativo, que ainda é reflexo dos problemas econômicos nacionais, deve mudar a partir dos novos direcionamentos da economia brasileira.
Para o presidente da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, os resultados positivos relacionados ao segmento industrial contabilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ainda não devem ser considerados como uma retomada econômica. Ele explica que as medidas iniciais implementadas pelo governo federal, somadas a algumas ações de mercado conduzidas pelas empresas locais começam a refletir no polo fabril. Porém, as demissões ainda acontecem, mesmo que em volume menos expressivo.
“A criação de empregos, neste momento, ainda não representa uma retomada econômica. Podemos considerar o fato como uma pequena movimentação em função de medidas econômicas e de ações tomadas por alguns segmentos de mercado como por exemplo o relojoeiro, o eletroeletrônico, e o de bebidas, com o polo de concentrados que é exportado”, comentou o empresário.
Segundo Silva, a previsão é que as contratações voltem a acontecer mais expressivamente a partir do segundo semestre de 2017. “A economia brasileira precisa de medidas econômicas, mas também de reformas tributária, previdenciária, política e judiciária. A partir destas mudanças o setor fabril, assim como os demais segmentos econômicos, terão melhores resultados com a consequente abertura de novas vagas de trabalho”, frisou.
Conforme o Caged, o último resultado negativo, deste ano, referente ao setor industrial foi registrado em maio com perda de 290 postos. Em junho, houve crescimento com 320 novas oportunidades e em julho, com 273 admissões.
Ao contrário do setor industrial, o segmento da construção civil registrou perda de 308 postos de trabalho em setembro. Em relação a agosto deste ano, a variação foi de 1,1%, mês em que houve 171 demissões.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), Frank Souza, o mercado da construção civil mostra equilíbrio, apesar do volume negativo de postos de trabalho. Ele considera a variação de 1,1% como pouco representativa. “Os números mostram que o mercado está equilibrado. Não está contratando. Porém, a diferença entre a entrada e a saída de funcionários é pouco representativa. Neste ano, já tivemos quatro lançamentos imobiliários e há previsão de melhoras a partir das mudanças na economia brasileira com a redução da taxa de juros, da inflação, do dólar”, comentou o presidente.
Souza acredita que ações que incentivem o consumidor a adquirir um imóvel gerem novas construções. “Feirões imobiliários e outras ações reduzem os produtos em estoque. Logo, surgem novas ofertas e lançamentos”, afirmou. Outro setor que também manteve queda no volume de emprego foi o comércio com o fechamento de 75 postos. A variação em relação a agosto foi de 0,08%. No oitavo mês do ano o total de desligamentos chegou a 119.