Para viabilizar diversas ações conjuntas entre as agências estaduais de defesa agropecuária do Pará e do Amazonas foi assinado nesta segunda-feira (12), um termo de cooperação técnica entre os dois estados. Luciano Guedes, diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), assinou o documento em Manaus, capital do Amazonas. As ações realizadas em parceria vão intensificar a promoção da defesa agropecuária, principalmente nos municípios localizados na divisa entre os dois estados.
Entre as ações previstas no termo de cooperação estão educação sanitária, fortalecimento das fiscalizações do trânsito interestadual de animais e produtos de origem animal e vegetal, compartilhamento de informações técnicas e apoio logístico. “Firmamos esse termo de cooperação com a agência do Amazonas, com o objetivo de aprimorar as ações de defesa agropecuária sobretudo na região de fronteira, fortalecer a produção rural nesses locais, além de ajudar a cumprir o compromisso para que o Brasil receba o certificado de país livre da febre aftosa até 2018”, informou Luciano Guedes.
Recentemente, em reunião com Monique Eloit, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o presidente Michel Temer anunciou que o Brasil receberá a certificação de livre da febre aftosa com vacinação em 2018. Atualmente, apenas algumas áreas no País são consideradas zonas livres da febre aftosa, entre elas o Pará, que recebeu o reconhecimento em 2014. O Amazonas ainda não é considerado área livre, mas está se preparando para iniciar as ações de combate à doença e receber o certificado.
Capacitação
No mesmo evento em que foi assinado o termo de cooperação, foi realizado um curso de capacitação para os médicos veterinários que atuam na agência de defesa agropecuária do Amazonas.
“Essa capacitação será fundamental para que possamos iniciar as atividades de combate e erradicação da febre aftosa em nosso Estado. Recebemos técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa, que irão conduzir o treinamento nos próximos dias”, disse Hamilton Casara, secretário de Produção Rural do Amazonas e diretor-presidente da agência de defesa local.
Migração
Luciano Guedes chamou a atenção para os riscos da migração dos rebanhos entre o Pará e o Amazonas, que ocorre no período das cheias dos rios, quando os animais migram de um estado para o outro. “Por isso é muito importante que as duas agências estejam alinhadas tecnicamente e atuem em parceria, para manter o status do Pará como livre da febre aftosa e ajudar o Amazonas a alcançar o mesmo status”, ressaltou Luciano Guedes.
Atualmente, a agropecuária responde por 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do Pará, com uma receita de aproximadamente R$ 6 bilhões. O status de livre da febre aftosa garante aos produtores paraenses o acesso a diversos mercados nacionais e internacionais. A incidência da doença em um estado exportador pode trazer sérios prejuízos econômicos e sociais.