Mercado do AM tem crescimento tímido mesmo com R$ 318 milhões do FGTS

Em todo o Amazonas, os saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) já somaram R$ 318,2 milhões, segundo a Caixa Econômica Federal. O montante corresponde a 89,93% dos R$ 353,8 milhões disponível pela Medida Provisória 763. De acordo com a Caixa, 341,2 mil trabalhadores amazonenses têm direito ao saque do benefício. Neste mês, o banco antecipou o calendário da 4ª fase e os trabalhadores nascidos em setembro, outubro e novembro já estão aptos a sacar os recursos das contas inativas. No Estado, 88,3 mil trabalhadores tem direito ao saque de R$ 91,14 milhões. O prazo final termina no dia 31 de julho. 

Segundo a Caixa, até a última quarta-feira (21), 244,7 mil trabalhadores haviam retirado os recursos no Amazonas, totalizando 318,2 milhões sacados. O montante representa quase 90% dos 341 mil trabalhadores beneficiados, contabilizados de um total de R$ 353,8 milhões. Das 341 mil pessoas com direito ao benefício, mais de 66 mil nascidas entre janeiro a novembro ainda não sacaram, informou o banco. 

Na avaliação do economista da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomercio), José Fernando Pereira da Silva, o pagamento do FGTS inativo não impactou significativamente a economia local. Ele comentou que o consumidor amazonense, assim como o restante do País, preferiu atualizar suas contas e quitar suas dívidas. “Fazendo uma análise superficial, a injeção da massa salarial na economia da cidade refletiu de maneira tímida nas vendas do comércio e houve apenas um pequeno crescimento de 0,5% em relação ao mês anterior”, disse o especialista destacando que os indicadores do emprego no Estado não cresceram.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“A taxa de desemprego nacional está em 12% enquanto a nossa chega aos 24%, um nível altíssimo”, completou. José Fernando explicou ainda que, mesmo com números negativos é importante observar que a situação econômica não piorou. “Tivemos um período muito difícil, mas deixamos de cair. Agora vamos aguardar o segundo semestre por ser mais dinâmico para o mercado”, frisou o economista.

De acordo com o presidente da assembleia geral da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, sem a injeção do benefício e as motivações do Governo Federal com as reformas, a situação econômica do País estaria pior. “Refletiu um pouco no comércio, mas não existiu um crescimento confortável porque ainda estamos atravessando um período de dificuldades. Qualquer movimento é visto como positivo, mas é passageiro devido a taxa de desemprego ser contínua”, afirmou Bicharra. Para o empresário, o Brasil precisa adotar bases sólidas na economia e uma politica séria para sair da crise.

Última Fase

Os trabalhadores nascidos em dezembro poderão ter acesso ao saldo das contas inativas do FGTS a partir de 14 de julho. Segundo a Caixa, a estimativa é que sejam 29,7 mil pessoas em todo o Estado contempladas nesta última fase. 

Quem pode sacar

De acordo com a Medida Provisória 763/2016, tem direto ao pagamento de conta inativa o trabalhador que pediu demissão ou foi demitido por justa causa até 31 de dezembro de 2015. Os valores até R$ 1,5 mil podem ser sacados nos terminais de autoatendimento com a Senha do Cidadão. Já até R$ 3 mil, o saque poderá ser feito com o Cartão do Cidadão e a senha no autoatendimento. 

Agora o trabalhador que tiver acima de R$ 3 mil, os saques devem ser feitos nas agências do banco. Para valores acima de R$ 10 mil, é obrigatória a apresentação da Carteira de Trabalho. A transferência de recursos de contas inativas do FGTS da Caixa para outros bancos poderá ser feita sem a cobrança de taxas, a pedido do trabalhador. 

Quem tiver dúvidas se tem ou não direito deve acessar o site da Caixa exclusivo para atender esse serviço. Além do ambiente online, também tem o Serviço de Atendimento ao Cliente (0800-726-2017) para dar informações ao trabalhador. Todos os trabalhadores têm até o dia 31 de julho para sacarem o benefício.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Com R$ 5,4 bilhões, BNDES e BID ampliarão financiamento a empresas na Amazônia

Banco multilateral aprovou crédito à instituição brasileira, que terá contrapartida de R$ 900 milhões no Pró-Amazônia. Programa tem potencial de atender cerca de 16 mil micro, pequenas e médias empresas.

Leia também

Publicidade