O Polo Industrial de Manaus (PIM) impulsiona a ocupação hoteleira na capital. Segundo a Pesquisa do Comportamento do Turismo na Região Metropolitana de Manaus, divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), em julho deste ano, a hospedagem executiva representou 63,5% do faturamento do volume de hospedagens em unidades hoteleiras, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Segundo os empresários do setor, o percentual vem atingindo índices decrescentes há pelo menos dois anos como resultado do desequilíbrio econômico nacional.
Conforme a pesquisa, as modalidades de hospedagens responsáveis pelos maiores índices do faturamento em julho deste ano foram: executiva (63,5%), eventos (25%), pacotes turísticos (23,33%) e pernoites (19,38%). De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas (ABIH-AM), Roberto Bulbol, a taxa de ocupação mensal dos hotéis da capital não alcança o índice de 30%.
Ele confirma que o maior volume de visitantes que chegam à capital desembarca a trabalho, alguns, para participar de eventos. Mesmo assim, ele afirma que o índice de ocupação já foi mais expressivo e que há dois anos, período em que a crise econômica se tornou expressiva, a demanda pelos hotéis vem diminuindo. “A demanda executiva é real, mas temos baixos índices de ocupação porque as indústrias estão trabalhando lentamente em todos os setores. A redução de voos para a capital também refletiu na procura por Manaus como destino”, afirma.
Bulbol ressalta que a capital está bem preparada para atender aos turistas que chegarem à Manaus e que as empresas hoteleiras fizeram investimentos que garantem o bom atendimento aos clientes. Porém, ele frisa a necessidade e a importância de haver pleitos para a captação de eventos e negociações para a retomada da operação de empresas aéreas com voos diretos entre a capital amazonense e destinos nacionais e estrangeiros, ações de responsabilidade da Prefeitura de Manaus e do governo do Estado, segundo ele.
“A Amazonastur luta por essas melhorias. Temos expectativa de melhora. Vemos a necessidade de vender o Estado, de promover eventos como congressos e feiras porque desta forma receberemos visitantes”, disse. O assessor econômico da Fecomércio, José Fernando Pereira, explica que o turismo de negócios, categoria na qual a indústria está inclusa, acontece quando o visitante chega a Manaus com a pretensão de realizar trabalhos executivos. Ao mesmo tempo em que o cidadão realiza as pretensas atividades, ele aproveita algum momento para conhecer pontos turísticos da cidade e fazer compras. “É uma categoria que impulsiona, tem forte participação no turismo”, disse o economista.
Segundo a pesquisa, a análise dos dados sócio-demográficos dos turistas brasileiros recebidos na cidade apontou que a maior parte dos entrevistados era do gênero feminino (62%), com faixa etária mais frequente entre 26 e 35 anos (42,7%), na maioria do público casado (76,9%). Com ensino superior ou pós-graduação (62,7%), profissionais liberais (20,2%), e funcionários públicos (19,1%). Quanto ao turista estrangeiro, boa parte era do gênero masculino (64%), com idade entre 36 e 50 anos (40%), eram solteiros (44%), com nível superior ou pós-graduação (88%), e eram empresários (28%).