Indústria do Amazonas volta a crescer depois de três anos

Após três anos consecutivos de queda, a produção industrial amazonense cresceu no ano passado. O índice acumulado de 2017 teve alta de 3,7%, resultado superior ao de 2014 (-3,8%), 2015 (-17,2%) e 2016 (-11,0%). Representantes da indústria apontam que além de bons indicadores econômicos, a mudança na transmissão televisiva de analógico para digital, impulsionou uma maior produção de televisores, principal manufatura do período.

O resultado ficou acima da média nacional (2,5%) e colocou o Amazonas em 7° lugar no ranking do desempenho industrial do país. Em dezembro, o setor também fechou com alta de 6,2%, na comparação com o mês anterior e 10,9% frente a dezembro de 2016. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nessa quinta-feira (8).

Para o vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, o bom resultado já era esperado pelo setor, principalmente a partir do segundo semestre de 2017, como reflexo da estabilização econômica. Segundo ele, os indicadores demonstram que o setor atingiu estabilidade, mas não se pode falar em uma retomada.

“De maneira geral, 2017 teve aumento na produção, puxado pelo aumento na comercialização de televisores, devido o desligamento do sinal analógico da TV. Mas é importante lembrar que a comparação está sendo feita com o pior período da recessão (2016) e a crise ainda está presente no país”, afirma.

Ele acrescenta que com a evolução econômica durante o ano passado, gerou uma boa expectativa para 2018. “Apostamos em fatores como a reforma da previdência para dar mais segurança jurídica e criar um ambiente favorável de negócios. Além disso é ano de Copa do Mundo que também deve impactar na nossa produção”, finaliza o vice-presidente da Fieam.

Segundo o IBGE, em dezembro, a produção industrial do Amazonas expandiu 6,2% frente ao mês anterior, após avançar em outubro (3,8%) e recuar em novembro (-3,3%). Foi o segundo melhor desempenho do país, que ficou atrás apenas do Rio Grande do Sul (6,8%). Com isso, o índice da média trimestral encerrado em dezembro de 2017 teve alta de 2,2%, frente ao mês anterior, revertendo a variação de -0,2% observada em novembro último.

Já na comparação com dezembro de 2016, o setor industrial avançou 10,9%, a quinta taxa positiva consecutiva nesse tipo de confronto. No índice trimestral registrou 7,5%, a quarta taxa positiva seguida do ano. O primeiro foi (1,0%), segundo (2,3%) e terceiro (3,8%), no confronto com iguais períodos do ano anterior.

Foto: Walter Mendes / Jornal do Commercio
Maior contribuição 
De acordo com o IBGE, de janeiro a dezembro de 2017, cinco das dez atividades analisadas tiveram queda na produção industrial do Amazonas. O setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (23,9%) exerceu a contribuição mais relevante sobre o total da indústria, impulsionado, pela maior produção de televisores.

Também tiveram avanços os setores de máquinas e equipamentos (29,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (8,7%), puxados, pela maior produção de aparelhos de ar-condicionado e de fornos de micro-ondas.

Por outro lado, os ramos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,4%), de indústrias extrativas (-10,5%) e de bebidas (-1,8%) foram os principais impactos negativos, pressionados, pela menor produção de óleo diesel, gasolina automotiva e gás liquefeito de petróleo; de óleos brutos de petróleo e gás natural; e de preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais.

Por segmentos

Segundo a pesquisa, quatro das dez atividades pesquisadas assinalaram aumento na produção se comparado a dezembro de 2016. Os setores de outros equipamentos de transporte (114,1%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (34,2%) exerceram as maiores contribuições, impulsionados, pela maior produção de motocicletas, peças e acessórios; e de televisores e computadores.

Vale mencionar ainda o avanço vindo do setor de impressão e reprodução de gravações (56,5%), explicado, pela maior produção de discos fonográficos e de vídeo (DVD).

Em contrapartida, setores de indústrias extrativa (-18,4%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,0%), foram os principais impactos negativos pressionados, pela menor produção de gás natural e óleos brutos de petróleo. E ainda houve recuos vindos dos setores de bebidas (-1,0%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,8%). 

Nacional 

O IBGE mostrou ainda que no geral, a indústria brasileira subiu 2,8% em dezembro contra novembro e 4,3% na comparação com igual mês de 2016. No ano, o índice da indústria nacional subiu 2,5%, maior alta desde julho de 2011 (+2,8%), com taxa positiva em 12 dos 14 locais pesquisados. O principal destaque foi o Pará com alta de 10,1%, seguido de Santa Catarina (4,5%) e Paraná (4,4%). A Bahia teve a maior queda ( -1,7%). 

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