Indústria de duas rodas aposta em retomada após um crescimento de 5,6%

Segundo dados divulgados ontem, (13), do balanço anual da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Similares (Abraciclo), os números foram positivos em relação a 2016. O setor de duas rodas registrou um crescimento de 5,6% no volume de produção de motocicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM). O mês de novembro fechou com 83.106 motos fabricadas, um crescimento de 18,6 % em relação ao mesmo período do ano passado.No acumulado dos onze meses de 2017 saíram das linhas de produção cerca de 813,8 mil motos. As montadoras comemoram os volumes produzidos e projetam um fim de ano com 885 mil peças fabricadas. O leve aumento dos números no fim de ano, direciona bons ares de  crescimento e desenvolvimento do segmento para 2018. 

  Para o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, os últimos resultados do setor refletem um reaquecimento na produção vislumbrando uma nova retomada da indústria.  “O cenário é bastante favorável para a manutenção dos empregos, porque produzimos mais com menos gente. O número ainda é pequeno, mas crescer 5% significa novos investimentos na indústria, atualização de modelos e novas tecnologias e a necessidade de pessoas para contribuir com o aumento da produção, possibilitando uma ampliação de mais empregos”, disse.   

Foto: Antônio Parente / Jornal do Commercio

Investimento das indústrias

Segundo o diretor-executivo de relações institucionais da Honda, Paulo Takeuchi, após um primeiro semestre difícil, a economia tem mostrado nos últimos meses, mesmo que de forma tímida, sinais positivos com a redução da inflação e juros. Isso levou as montadoras a investirem em novos produtos.   “Esse crescimento pequeno da produção é em função dos investimentos das indústrias em novos modelos que recentemente foram mostrados no salão duas rodas, isso tem motivado os consumidores procurarem os novos produtos e também a trocarem seus modelo. E a expectativa é começar 2018 com números positivos numa crescente na produção, e ao longo dos dois meses do ano que vem, nós vamos ter muitas oportunidades de atingir números maiores”, afirmou.
De acordo com o diretor-executivo  da Yamaha, Genoir Pierosan, embora os números de novembro apresentados pela Abraciclo tenham se mostrado estáveis, para a empresa, 2017 foi um ano melhor que 2016. Com isso, a companhia visualiza uma projeção de evolução bem acima do crescimento da produção de 5%.  “Adotamos algumas estratégias nos anos anteriores que combinaram agora, com adequação drástica de nossos estoques e da nossa fábrica ao atual nível de mercado, fatores que permitiram reduzirmos nossos custos para continuar investindo em novos modelos e mostrar novidades para nossos consumidores que passaram a adquirir mais nossos produtos. Em 2018 estimamos que o número cresça acima dos 5% ”, ressaltou. 
  

Foto: Reprodução / Rede Amazônica

Expectativa de mais empregos

Conforme dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o segmento de duas rodas tem a participação de 13,53% do faturamento no PIM, ficando atrás apenas do segmento de eletroeletrônico e bens de informática. Em 2014 no período pré-crise, o setor registrou cerca de 17,6 mil empregos, e apesar da queda em 2016 com 13,4 mil empregos, as montadoras seguem otimistas para 2018.
Para Takeuchi, o balanço positivo com a alta de 18,2% em relação a 2016, estimulam as indústrias a manter o padrão de crescimento com projeção de mais investimentos para o futuro. 
“Em relação a geração de empregos é necessário mantermos os números existentes para que possamos contratar mais lá na frente. Até porque no momento, temos uma ociosidade grande no nosso parque fabril e esse crescimento de 5% vai ajudar a manter a estabilidade para que a partir do crescimento do mercado, possamos pensar em retomada de emprego e das atividades junto com nossas cadeias de consumidores”, explicou.  

Foto: Reprodução / Rede Amazônica

Vendas atacado e exportações

As vendas realizadas para as concessionárias em novembro foram de 73.069 motos. Um crescimento de 23,4% em relação ao mesmo período do ano passado, que teve um repasse de 59,194 unidades. De janeiro a novembro deste ano foram vendidas para as lojas 746.039 unidades contra 802.127 no mesmo período de 2016.
Em novembro foram exportadas cerca de 7.676 motos. Uma alta de 94% em relação ao ano passado, que teve 3.957 unidades vendidas. Segundo o presidente Marcos Fermanian da Abraciclo, a Argentina é o maior país consumidor das motos fabricadas no PIM, e com a troca do governo no país em 2017 que removeu algumas barreiras alfandegárias e cargas tributárias, os volumes de exportações aumentaram.   “A mudança no governo nos possibilitou a exportar novamente os volumes que estávamos acostumados a fazer, de forma que esse crescimento que estamos experimentando em 2017 nada mais é do que uma recuperação do que já fazíamos anos anteriores dentro daquele mercado”, disse Fermanian.   

Foto: Reprodução / Rede Amazônica
Registro de vendas
As vendas de motos na região Norte em novembro foi de 7.969 unidades. Um recuo de 17,4% sobre novembro do ano passado que registrou 9.652  vendas. No Amazonas foram vendidas 1.165 motos , uma queda de 2,6% em relação a 2016 com 1.196 unidades. Os licenciamentos de Manaus chegaram a 693 unidades no mês, redução de 14,1% em relação ao mesmo período do ano passado que foi de 807 motos licenciadas. As vendas no varejo no acumulado até dezembro totalizaram 94,9 mil unidades, queda de 14,1% sobre as 110,4 mil motos emplacadas em 2016. No Estado do Amazonas foram licenciadas 12,5 mil motos contra 12,9 mil registradas em 2016.
Para o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o baixo desempenho das vendas de motos registradas em novembro, nas regiões Norte e Nordeste, devem-se ao fato de que as ofertas de créditos oferecidas nas regiões Sul e Sudeste são maiores, e isso acaba ocasionando esse impacto negativo nessas regiões.
E ressaltou também que pelo fato de o consórcio ter uma presença bastante forte na região Norte do país, a falta de produto para esse tipo de venda ocasionou a queda das vendas.   “Com a percepção da falta de produto que não tinha uma disponibilidade de imediato, o consumidor acabou protelando a entrega e ele fica na fase de espera pelos modelos 2018. E devido a esses fatores a expectativa de vendas para 2018 na região Norte e Nordeste são grandes”, concluiu.   

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