Dólar alto reduz procura por viagens internacionais no Amazonas

Os destinos internacionais foram menos procurados nos primeiros meses de 2016 conforme dados de um relatório divulgado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). A instabilidade do dólar somada à crise econômica e política nacional resultaram em uma queda de 54% no embarque de passageiros com destino a outros países, nos meses de janeiro a agosto deste ano, em comparação a igual período de 2015, segundo a Associação Brasileira das Agências de Viagens do Amazonas (Abav-AM).

Os destinos internacionais foram menos procurados nos primeiros meses de 2016. Foto: Reprodução/ Shutterstock

O volume de embarques domésticos também apresentou redução de 22%. Conforme a Abav, o cliente está mais cauteloso na hora de planejar uma viagem seja aos Estados brasileiros ou a um outro país. As agências de viagens esperam a disponibilização de preços promocionais por parte das empresas aéreas com a esperança de melhores vendas até o final do ano.
A diretora de emissivo da Abav-AM e proprietária da agência de viagens Paradise Turismo, Cláudia Mendonça, explica que a elevação cambial e os problemas políticos que ainda atingem o país afetaram o poder de compra ou de decisão dos consumidores, que deixaram a programação de férias para o segundo plano como forma de contenção de gastos.

“O problema foi o câmbio e a política brasileira, fatores que transmitiram indecisão aos amazonenses. As pessoas ficaram temerosas de fazer gastos”, disse. Cláudia descarta a possibilidade de a redução extrema no volume de embarques aos outros países estar atrelada ao cancelamento de voos diretos ao estrangeiro.

Ela assegura que ao mesmo tempo em que houve a interrupção nas rotas a partir de Manaus, as empresas aéreas apresentaram alternativas por meio de conexões com saída de Estados vizinhos ao Amazonas, de onde o passageiro pode seguir ao país de destino. “Paralelo à interrupção das rotas a partir de Manaus as empresas aéreas deixaram alternativas ao cliente. Por exemplo, a TAP Linhas Aéreas deixou de pousar na capital, mas continuou pousando em Belém, de onde o cidadão pode seguir viagem. Também é possível seguir para a Europa a partir de Fortaleza, São Paulo e Brasília”, informou.

O relatório da Infraero também aponta que o volume de embarques domésticos teve queda de 22%, nos meses entre janeiro e agosto de 2016,em relação a igual período de 2015. Para Cláudia Mendonça, a menor demanda também é justificada pela decisão do consumidor em reduzir os custos especificamente no período de problemas econômicos. Ela frisa que pessoas que se organizam que pessoas que se organizam continuam fazendo suas viagens continuam fazendo suas viagens.

Lançamento de pacotes promocionais

Segundo a diretora da Abav, as agências de viagens aguardam um lançamento de pacotes promocionais até o mês de outubro. Com as novidades, as empresas esperam impulsionar o índice de vendas. “Estamos na elaboração de novas propostas e a partir do próximo mês divulgaremos aos clientes”, disse.

Segundo a diretora da agência de viagens Flyworld, Janaina Bessa, a empresa registrou uma diminuição de 30% no volume de vendas de bilhetes com destino internacionais. Mesmo assim, ela afirma que houve procura principalmente para Miami.

“Houve uma redução. Mas desde julho temos sentido uma melhora na demanda por parte de clientes que querem programar férias para o final de ano. Recebemos procura tanto para destinos nacional como internacional”, expressa. “Percebemos, também, que houve uma readequação na programação dos clientes que reduziram os dias de viagem mas que não deixaram de viajar”, completou.

A gerente de operações de pacotes nacional e internacional da Amazon Explorers, Rejane Dias, também conta que há clientes aguardando o melhor momento para efetivar a compra das passagens. Ela relata que para os destinos nacionais a queda na demanda chegou a 20%.

“As companhias aéreas estão ofertando promoções constantemente. Percebemos uma melhora nas vendas a partir de julho e agosto, quando houve um aumento na procura por destinos internacionais. Os clientes estão entendendo que hoje viajar para o exterior custa menos do que viajar para os Estados do Brasil”, disse.

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