Em Manaus o valor da cesta básica teve redução de 9,39%, entre os meses de janeiro e agosto deste ano, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese ), divulgada nesta semana. A pesquisa mostra que o valor da cesta na capital do Amazonas chegou a R$ 357,97 em agosto.
No mesmo período do ano passado, a cesta básica custou R$ 401,50. Com a diminuição do valor da cesta, Manaus passou a ocupar o 17º lugar no ranking das cestas com os preços mais caros do país, dentre as 24 capitais onde a pesquisa foi realizada.
De acordo com o economista e supervisor técnico do Dieese Amazonas, Inaldo Seixas, o preço da cesta básica de Manaus, composta por 12 produtos, teve variação de -0,96% em relação ao mês de julho. No mês anterior o conjunto de itens alimentícios essenciais custava R$ 361,44.
Em agosto de 2016 a cesta básica custou R$ 401,50 e a variação acumulada nos últimos doze meses ficou em -10,84%. “Dos doze itens presentes na cesta básica, nove apresentaram queda no valor, e três produtostiveram alta, como o leite e a manteiga que no caso podemos até ter como parâmetro o aumento do valor por conta de um ser derivado do outro, e ambos serem produzidos na região Sul do país, que no momento está passando pelo inverno, com isso, o pasto precisa de um cuidado maior, as vacas de mais ração, e tudo isso acaba refletindo nos valores dos produtos derivados de leite”, explicou Seixas.
A farinha (-3,65%) foi o produto que apresentou maior queda no mês seguido da banana (-3,62%), do óleo de soja (-2,82%), do arroz (-2,14%), do açúcar (-1,57%), da carne (-1,53%), tomate (-1,50%), do café (-1,25%) e do pão (-0,64%). A manteiga (4,52%) foi o produto que apresentou maior alta no mês seguido do leite (2,69%) e do feijão (0,15%).
Valores por família
O custo da cesta básica para manter uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto) foi de R$ 1.073,91 durante o mês de agosto de 2017. Esse valor equivale a aproximadamente 1,15 vezes o salário mínimo bruto, fixado pelo governo federal em R$ 937,00. No mês anterior, o custo da cesta bá- sica para esta mesma família era maior e foi de R$ 1.084,32, 1,16 vezes o salário mínimo bruto.
Mas as donas de casa têm dado um jeitinho na hora de fazer as compras do mês. De acordo com a aposentada, Anna Barros, mesmo com a diminuição dos preços o custo ainda é alto, com isso, a solução é fazer algumas trocas na hora da compra.
“Nem deu pra sentir tanto essa diminuição, nos últimos meses nós temos nos policiado e comprado apenas o necessá- rio, usando sempre um produto mais barato, procurando pesquisar os preços e comprar em supermercados que ofereçam bons descontos. Outra alternativa foi a troca dos alimentos por outros, por exemplo, o leite nós trocamos pelo em pó, que é mais barato e rende mais, a manteiga pela margarina e assim vamos levando”, comentou a aposentada.
A administradora Helena Amorim, percebeu a queda dos preços, e comemora por poder levar pra casa os itens básicos com um valor mais baixo. “Deu pra sentir que os pre- ços diminuíram, muitos produtos da cesta estão bem mais em conta, com isso, eu tenho levado mais alimentos pra casa e tem sido muito bom pra nós consumidores essa queda nos preços”, disse.
Expectativa negativa
Segundo o supervisor técnico do Dieese, é possível que com a alta no preço da gasolina, os itens da cesta básica fiquem mais caro no próximo mês. “Quando a gasolina aumenta, quem trabalha transportando alimentos, repassa esse valor para o comerciante, que por sua vez, cobra mais caro da clientela, é uma reação em cadeia, então é possível que a cesta básica fique sim mais cara no próximo mês”, explicou Seixas.