Crise sanitária derruba consumo em restaurantes da Região Norte, aponta pesquisa

No primeiro mês de 2021, o consumo nos estabelecimentos do estado foi 58,0% inferior em volume e 47,4% menor em valor

Restaurantes, bares, lanchonetes e padarias do Amazonas continuam sofrendo de forma aguda com os efeitos da pandemia, é o que apontam os índices divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas. Em janeiro, o valor gasto nesses estabelecimentos foi 47,4% inferior, quando comparado ao mesmo período de 2019, enquanto a média nacional foi de -27,2%.

Os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) mostram ainda que houve uma grande redução no volume de transações, que registraram baixa de 58%. Além disso, o número de estabelecimentos que realizaram operações foi 28,5% inferior.

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

“O agravamento da situação sanitária no estado do Amazonas e a implantação de medidas restritivas têm impactado diretamente os estabelecimentos desse segmento. Ao analisarmos os números de dezembro de 2020, valor gasto (-24,8%), volume das transações (-33,2%) e número de estabelecimentos que realizaram alguma venda no período (-14,1%), quando comparados ao mesmo período de 2019, observamos que em janeiro houve uma queda significativa nos três indicadores”, explica Cesário Nakamura, presidente da Alelo.

Adotando como parâmetro o valor gasto em restaurantes, é possível evidenciar que as regiões mais impactadas em janeiro foram a Norte (-33,9%) e a Sudeste (-28,1%), e as menos afetadas foram as regiões Sul (-22,7%) e Nordeste (-22,7%).

Em relação aos Índices de Consumo em Supermercados (ICS), os dados de janeiro, quando comparados ao mesmo período de 2019, indicam que o segmento teve um aumento de 7,7% no valor gasto, ao passo que o volume de transações foi 7,6% inferior. Adicionalmente, o número de estabelecimentos que efetivaram transações encerrou o mês 0,4% abaixo do patamar registrado em janeiro de 2019.

Vale destacar que os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) acompanham as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) apontam a evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up).

Além disso, é importante notar que a escolha do ano de 2019 para o cálculo dos impactos do consumo se dá pelo fato de que esse ano foi a última referência completa de um período dentro da normalidade da atividade econômica, que ocorreu antes da pandemia.

Metodologia dos índices

Todos os índices foram elaborados e depurados com base em critérios estatísticos para garantir a focalização, a consistência e a interpretação dos resultados ao longo do tempo:

Amostra: todos os índices são calculados a partir de dados diários de transações realizadas em estabelecimentos comerciais distribuídos por todo o território nacional, entre 1 de janeiro de 2018 e 31 de janeiro de 2020.

Valores atípicos: para evitar oscilações nos índices decorrentes de eventuais entradas ou saídas de empregadores de grande porte na base de dados, observações associadas a empresas que se enquadram nesses critérios foram desconsideradas nos cálculos.

Sazonalidade: foram adotados os seguintes procedimentos para mitigar a influência de fatores sazonais: (i) cálculo de média móvel de 7 dias (dados do dia observado e dos 6 dias anteriores a ele), eliminando assim os efeitos dos dias úteis e finais de semana sobre as séries; (ii) identificação e filtragem de fatores sazonais relacionados ao comportamento das séries em dias específicos dentro de cada mês (1º dia, 5º dia, 10º dia…), por conta do calendário de recarga e distribuição temporal do uso dos benefícios nos estabelecimentos no período. 

Frequência: todos os índices são apresentados com frequência diária para todo o período disponível da amostra, tendo por referência inicial (base 100) a média diária em janeiro de 2018. Os impactos calculados estão disponíveis para todos os dias, quinzenas e meses de 2020.

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