Crise não afeta mercado de luxo em Manaus

O mercado de luxo cresce cada vez mais no país. Segundo pesquisa da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV – EAESP), entre 2013 e 2017, o segmento deve crescer até 25% no Brasil. Além disso, espera-se que, neste mesmo período, as classes A e B cresçam 29%, chegando a 29 milhões de pessoas, enquanto as classes D e E devem sofrer uma queda, passando de 73 para 43 milhões de pessoas. Sendo assim, novas portas irão se abrir para esse ousado mercado econômico.

De acordo com o Consultor de Marketing das marcas Le Creuset, Florense, MSCasa e Saccaro Móveis, Paulo Ricardo Sachs, o ano de 2016, em comparação a 2015, em vendas nessas lojas, foi retraído. “Não podemos dizer que foi um ano exemplar. Foi um ano, digamos, freado. Mas se comparado aos demais segmentos, as perdas em venda foram menores”, destacou o consultor.

Paulo explicou que a loja LeCreuset, marca internacional de mercado de utensílio de luxo, mostrou que, agregando o marketing de relacionamento mais intenso, torna a crise menos perceptiva. Já a loja MSCasa, marca manauara com 38 anos de mercado, sentiu o reflexo da crise, mas bem menos que a marca de segmento médio do grupo. “A Mac marca para ambientes externos e internos de fibras, apresentou um resultado dentro do esperado. Ao mesmo tempo a MSCasa incorporou em seu complexo na rua Pará a marca de projetados: Rudnick Projetados, onde a mesma, oriundo do segmento B+, apresentou um crescimento acima do esperado este ano”, salientou o consultor.

E ao completar o seu primeiro ano de operação em Manaus, a Saccaro Móveis, segundo o consultor de Marketing, a loja obteve resultados positivos. “Sua operação é baseada somente no mercado A+, segmento luxo”, explicou ele, ao ressaltar que a Florense tem mantido seu mercado, como tradição em Manaus.

E dentre os produtos mais caros dessas lojas de luxo, Paulo ressaltou que na Le Creuset, marca internacional de utensílios de luxo, os preços começam em R$ 300,00, uma minicocot, ou melhor, panelinha que serve como uma pequena cumbuca. E a mais cara, a panela numerada, sai no valor de R$ 6.000,00.“Já na MSCasa temos cadeiras no valor inicial de R$ 700,00 até a R$ 4.000,00, dependendo do acabamento”, informou o consultor.

E com a crise nacional, Paulo revela que o mercado de vendas de produtos de luxo em Manaus obteve uma retração normal. “Eu diria cautelar, mas não é um mercado ocioso, apenas segurouum pouco. Uma vez que este ano, a venda desses produtos foi mais forte no primeiro semestre. Já o segundo, com agravamento da crise, foi mais travada. Espero que o ano de 2017 seja melhor ou, no mínimo, a manutenção dos números, pois algumas marcas estão buscando uma integração maior com seus clientes”.

De acordo com a gerente da loja Dinâmica, Jucilene Castro, a venda de produtos este ano em Manaus, não foi bom para o comércio em geral. “O que pode ser observado é que, com a crise, o público de classe A do nosso Estado está mais tímido em suas compras. Não há mais aquele esbanjar em compras. Espero que 2017, isso mude, e possamos vender mais”, salienta ela.

A loja vende utilidades de cama, mesa e banho, além de móveis clássicos, contemporâneos, simples e de alto padrão para varanda, offices – escritório – de toda a casa. E segundo a gerente, o lençol de casal, por exemplo, de 180 fios, custa R$71. E o de 600 a 1000 fios, está no valor de R$2.000,00 a R$ 3.000,00. “Seja qual for o valor do produto, o que sempre prezamos, é pela qualidade e um ótimo atendimento ao nosso cliente. O que queremos é, justamente, um cliente satisfeito, independente da classe social em que ele se encontre”, reforçou Castro. 

Em relação ao ano de 2015, a gerente informou que o número de vendas da loja Dinâmica de 2016 foram iguais. “Ainda não fechamos o ano, mas tivemos uma melhora agora em novembro e dezembro, por conta das festas de fim de ano”, salientou o cliente.

Já no setor de barcos de Luxo, como Yatchs, o gerente comercial da concessionária Jet Tech, Gabriel Dantas, informou que o mercado este ano está aquecido. “Independente da crise econômica que o nosso país esteja passando, tivemos mês que a empresa chegou a vender cinco barcos de luxo. Isso foi um sucessor para as nossas perspectivas deste ano”, informou Gabriel. 

A Jet Tech vende barcos, de 25 a 100 pés, nos valores a partir de R$ 200 mil, das marcas Bayliner, Sea Ray entre outras. 

Já no setor de venda de imóvel de luxo, o corretor da concessionária Casa Morar, Anderson Vital, informou que houve um crescimento na venda dos Imóveis da Classe “A” em Manaus. “Acredito que o aumento nas vendas de imóveis, abrangendo a classe alta, foi em média 23% a 24%. Ou seja, o comprador que financiar o imóvel em 10, 20 ou até 35 anos, quanto menor for a taxa, melhor vai ser a mensalidade e maior a sua capacidade de pagamento”, ressaltou ele.

As áreas do Adrianópolis, Ponta Negra e Aleixo são as mais valorizadas da capital. E o imóvel a partir de 170, a 215 metros quadrados, com 3 e 4 suítes, de 3 a 4 vagas na garagem, varanda gourmet é, segundo o corretor, a casa preferida pelos compradores da classe “A”. O corretor garante que, quem comprar um imóvel neste cenário em que se encontra a economia do país, vai ter a vantagem de comprar abaixo do metro quadrado da localização e a maioria dos imóveis mais baratos dos últimos 2 anos. “O grande atrativo também para alguns dos nossos clientes é a opção de fazer tabela direta com a Construtora, ou seja, fugindo do financiamento bancário e automaticamente fazer a negociação de Compra e Venda direto com a empresa”, explica Vital.

O consultor ressalta ainda, que as vezes muitos clientes ficam receosos, na dúvida se compram ou não o imóvel, até mesmo em valores menores. “É neste momento que um corretor bem informado, qualificado aaz a diferença na hora da negociação. Até na compra do metro quadrado mais caro da Cidade, situado no bairro Adrianópolis abrangendo a área da Recife e adjacências”, informa o consultor.