A partir de um projeto elaborado com o assessoramento do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), um grupo de agricultores de Belterra, no Baixo Amazonas, acaba de ser contemplado com mais de R$ 500 mil da Fundação Banco do Brasil para investir na agroindústria de polpa de frutas instalada na Comunidade de Maguari, dentro da Floresta Nacional (Flona) do Tapajós. Na área vivem cerca de mil famílias, 21 comunidades tradicionais e três aldeias Munduruku.
O edital tem a parceria do Fundo Amazônia e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós (Coomflona) concorreu com todas as unidades de conservação do Brasil e ganhou o edital Ecoforte Extrativismo, assegurando um incentivo de R$ 556 mil. O resultado foi divulgado este mês.
O projeto foi elaborado em conjunto por dois técnicos da Emater – o sociólogo Arilson Brito e a veterinária Ângela Mocelim – e pelo representante da Coomflona, responsável pelo setor não-madeireiro, Arimar Feitosa.
Constam do projeto a aquisição de um caminhão-baú refrigerado para a coleta de frutos e transporte de polpas congeladas, uma despolpadeira, uma embaladora, embalagens padronizadas, 10 freezers e um gerador de energia elétrica automatizado.
“Com o aparelhamento da agroindústria teremos não só um aumento imediato da produtividade, como a expansão dos quintais produtivos e a comercialização regional e nacional da marca, por meio dos sabores regionais, visando ao incremento de renda e melhoria de vida da população da Flona Tapajós”, diz Arilson Brito.
Atendida pela Emater desde 2015 por força de um convênio multi-institucional que tem participação ainda do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Coomflona tem trabalhado também com recuperação de áreas degradadas com plantio de frutíferas e sistemas agroflorestais (SAFs).