Fazendo balanços e previsões, a 265ª Reunião Ordinária do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam) diagnosticou 2016 como um ano de perdas significativas e para 2017, apesar dos esforços, pouca coisa pode mudar, apesar do otimismo de uma retomada. Ainda assim, o Conselho comemorou a aprovação de mais 27 projetos entre implantações, diversificações e expansões. Com estes, o total de projetos aprovados em 2016 foi de 207, com um investimento de R$ 8.751 bilhões e 8.950 postos de trabalho.
Perdas do ano
Segundo o titular da Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplan-CTI), Thomaz Nogueira, 2016 fecha um par de anos difíceis. “Nos últimos dois anos, fomos massacrados com a perda de postos de trabalho e o achatamento da economia e da atividade industrial, o que também impacta a arrecadação estadual. Ainda assim lutamos para atrair sempre mais investidores para o PIM”, afirma Nogueira.
Quanto a empregos perdidos, os números registrados até outubro mostram uma queda em comparação aos anos anteriores. Os números da evolução de emprego formal apontam para 597.338 vagas no décimo mês, um pouco abaixo dos 614.893 de 2015 e dos 636.417 de 2014. A mão de obra do PIM também teve baixas. “São famílias que ficaram sem o teto de um plano de saúde”, disse Nogueira. Segundo a Suframa, o ano de 2014 fechou com 118.048 vagas, 2015 teve 88.395 e até outubro do ano corrente, este número era de 86.253.
Expectativas frustradas
Atrair novos investimentos para o Amazonas em 2017 será a continuação da luta, disse Thomaz Nogueira. “Ainda representamos um porto seguro para empresas nacionais e estrangeiras, mesmo com a crise que se instalou nos últimos dois anos e que teve um agravamento em 2016. Iremos buscar um adensamento da cadeia produtiva de empresas que se adequem a nova matriz econômica, buscando não só o mercado de consumo, mas olhando para o exterior”, conclui Nogueira.
Para Afonso Lobo, 2016 acabou sem as boas expectativas geradas com a chegada do governo Temer. “Houve um ligeiro avanço, mas só no início. Logo depois se percebeu que as propostas de reforma da nova equipe econômica não seriam suficientes e houve a volta da insegurança, com isso é difícil manter um status de competitividade”, fecha.
Nova Matriz Econômica
Somente nessa quinta-feira (15), foram aprovados projetos industriais estimados em R$ 1.195 bilhão e a criação de 811 empregos ao longo do período de até três anos. Entre os destaques desta última reunião, o titular da Seplan-CTI aponta aqueles que se enquadram nos planos da Nova Matriz Econômica. A Amazonbiodiesel Indústria e Comércio de Óleos Vegetais da Amazônia Ltda. tem um projeto de implantação na soma de R$ 16.254 milhões e a criação de 132 postos de trabalho. Já a Amazon Agrária Empreendimentos Agroflorestais Ltda. terá investimentos de R$ 3.895 milhões e 30 postos de trabalho.
“São projetos que apontam para uma alternativa ao PIM (Polo Industrial de Manaus), com foco na diversidade e nas riquezas naturais do Amazonas. A Amazon Agrária com a produção de madeira beneficiada e a Amazonbiodiesel com o biodiesel, representam esse esforço em busca dessa nova matriz. Com esse viés, foram aprovados em 2016, 18 projetos”, disse Nogueira.
Outros destaques de implantação foram a aprovação de projetos da DMN Estaleiro da Amazônia Ltda. (estrutura flutuante – terminal portuário), com investimentos de R$ 18.090 milhões e 92 postos de trabalho; A Evadin Indústrias Amazonas S.A. com moduladores/demoduladores para comunicação de dados via rede telefônica e receptor de sinal de televisão via transmissão local terrestre. Os investimentos são de R$ 101.330 milhões e a criação de 161 postos de trabalho.
A Britania Componentes Eletrônicos Ltda. com R$ 3.835 milhões e 42 postos de trabalho para a fabricação de fios e cabos com conectores e cabo de força com peças de conexão; A Brasil Coleta Industrial e Tratamento de Resíduos Ltda. com R$ 3.756 milhões e 26 postos de trabalho, atuará com resíduos de papel reciclável sob a forma à granel ou prensado.