Amazonas terá R$ 1,2 bilhão para fomento

O Banco da Amazônia (Basa) inicia 2017 com mais recursos e uma nova superintendência regional. Tomando posse do cargo que nos últimos dois anos esteve sob o comando de Miguel Nuno Seiffert Simões, o maranhense Nélio de Jesus Gusmão Júnior assumiu o Basa na última segunda-feira (6). À frente do cargo, Gusmão tem como objetivo dar continuidade ao direcionamento que o banco teve no último biênio marcado pela grave crise econômica que assolou o país.

O novo superintendente deve atuar em conjunto com o governo estadual no fortalecimento das cadeias produtivas do Estado. Como novidade, o banco promete um maior aporte a micros, pequenas e médias empresas de vários segmentos. Segundo o superintendente regional, o Amazonas contará com recursos mínimos de R$ 600 milhões, mas a soma é ainda maior. “Ao incluirmos o estimado para a concessão de crédito em várias linhas, o valor ultrapassa os R$ 1,2 bilhão. Os recursos estão bem alinhados com a política do governo estadual de fomentar setores prioritários da economia sustentável”, disse Gusmão.

Amazonas além da ZFM

Entre os projetos sustentáveis prioritários para o Amazonas, está o de construção naval, que beneficiará os municípios da Região Metropolitana. Em todo o Estado, serão beneficiados os projetos de fruticultura, produtos florestais não-madeireiros (castanha , borracha, óleo e sementes) e madeireiros, mandioca , agroindústria (fruticultura, movelaria, fécula, laticínios, fitofármacos), avicultura (postura e caipira). 

Foto: Divulgação
No que concerne aos investimentos e realização de negócios sustentáveis nas mesorregiões e microrregiões as oportunidades englobam, por exemplo, desde a pecuária de corte e de leite (Humaitá, Boca do Acre, Parintins e Carauari), passando pelo extrativismo (Carauari), extrativismo vegetal e pesca artesanal (Humaitá). Segundo Gusmão, o modelo de negócios do banco enxerga o Estado como um todo. “Não focamos apenas na Zona Franca de Manaus (ZFM) e alguns segmentos precisam desses recursos para se adequar as novas matrizes econômicas propostas pelo governo. Para isso o Basa atua em todo o Amazonas e municípios de Roraima, conferindo o que é ditado pelas políticas públicas de forma ampla”, afirma.

Uma forma de garantir a aplicabilidade desses recursos e o alinhamento com as políticas de fomento do Estado é o chamado Protocolo de Intenções, explica o novo superintendente. “É um documento assinado em conjunto com o Estado, que garante a aplicação em setores estruturantes das cadeias produtivas. O Protocolo deveria ter sido assinado hoje (segunda-feira), mas por diversas razões, faremos isso apenas em março. Mas não há nada que impeça as ações conjuntas”, disse.

Como atrativos para quem busca apoio junto ao Basa, Gusmão cita o FNO (Fundo Constitucional do Norte) e demais linhas de crédito. “Temos taxas de juros imbatíveis, mais baixas que a Selic. E para ampliar o alcance do Basa, de 50% a 55% dos recursos serão destinados a micros, pequenas e médias empresas, sem deixar de lado as parcerias do setor industrial”, ressalta.

Legado da gestão anterior

Deixando o cargo de superintendente regional no Amazonas, Miguel Seiffert acredita que o fardo será mais leve para a nova gestão. “Assumi em 2015, em um período de crise que se atravessou 2016. Chegamos ao momento atual com ações reconhecidas como bem sucedidas e a nova gestão se inicia em um período em que se observa a retomada do crescimento econômico, o que garante a continuidade das iniciativas do Basa”, comenta.

De acordo com Seiffert, a superintendência hoje está sanada, mais transparente e ética. “Além disso, os números são excelentes. Temos uma média de 80% de aplicações aprovadas nos municípios amazonenses e uma enorme redução de casos de fraude. Saímos com a certeza de dever cumprido e de ter consolidado o nome do Basa”, conclui.


Recursos aplicados na região

Para o diretor comercial e de distribuição do Basa, Luiz Cláudio Sampaio, o Basa difere dos bancos comerciais em vários pontos. “Além dos juros baixos, os descontos para o crédito comercial (na área urbana) e para o agronegócio, especialmente do interior do Estado são bastante atraentes. Para o agronegócio, temos descontos de até 80% para quem saldar dívidas. Uma forma de trazer este cliente de volta ao banco”, afirma.

O papel do Basa é ainda mais fortalecido com o reinvestimento no Estado. “O Amazonas tem uma das maiores metas de aplicação do Basa e ainda podemos contar com o reinvestimento na região a partir do que é arrecadado, diferente de outras instituições que arrecadam aqui e injetam recursos em outras instituições”, comenta.

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