Segundo o economista e professor em desenvolvimento econômico regional, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Luiz Roberto Coelho Nascimento, se o Amazonas não oferece condições importantes de serviços e infraestrutura, dificulta a atração de novos investidores à região.
“Esses números refletem uma realidade que não é boa. Isso sinaliza que o Amazonas não dispõe de recursos suficientes para dar suporte a esses investimentos, principalmente em relação ao setor privado. O setor privado vive de crença junto com a economia. Se ele acredita que a região não oferecerá capital e condições, não injeta recursos. O Estado tem que oferecer requisitos mínimos para haver investimento”, disse.
O economista explica que outro fator que diminui os investimentos é o fato do Amazonas ainda estar em processo de ajustes financeiros junto à estabilidade econômica que o país está passando. Segundo ele, com a retomada do equilíbrio das contas, o Estado poderá enfim, dar uma alavancada.
“Acredito que o Estado está retomando aos poucos o plano de investimento e tudo é uma questão de ajustar as contas. Depois que o Estado voltar a ter equilíbrio em suas receitas e começar a investir em infraestrutura como as estradas, por exemplo, a iniciativa privada terá mais confiança”, disse.
Nascimento explicou, que para que haja uma mudança significativa no atual cenário, é necessário diversificar a base econômica em outros municípios, criando cadeias produtivas para atrair novos negócios. Nesse processo a possibilidade de gerar receitas e arrecadar tributos aumenta de forma significativa, criando formas atrair investidores para o Estado.
“A base de nossa economia está concentrada em Manaus. Em outros Estados como São Paulo e Mato Grosso por exemplo, estão dispersas em outros municípios, e isso ajuda esses Estados a gerarem mais receitas. É preciso desenvolver no Amazonas uma cadeia produtiva para atrair outros negócios com uma combinação de serviços organizada, isso ajudará a gerar receitas e mais contribuição”, explicou.
“No Amazonas não existe dinamismo para gerar mais recursos em termos municipais. Se não criarmos pontos de desenvolvimento não mudaremos esse quadro. Temos grandes municípios em potencial como Coari e Tabatinga que poderiam exportar açaí e abacaxi, para gerar emprego e renda. Investir em culturas que possam exportar para o mercado brasileiro e internacional. Criar programas de crescimento de fruticultura”, afirmou.
Segundo números da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas (SEFAZ-AM), os investimentos público em 2017 no Amazonas, tiveram um decréscimo de 27% em relação a 2016. Para o economistas, Emerson Queiroz, essa queda é bastante significativa em relação ao índice do tesouro nacional, pois reflete o resultado da política de investimento do ex-governador José Melo.
Em 2016, o plano de gasto para investimento foi de R$ 1,5 bilhão, onde foram utilizados R$ 685 milhões. Ano passado, de R$ 1,2 bilhões, foram gastos R$ 518 milhões. “Apesar do crescimento da receita, ele não fez os investimentos necessários. A aplicação dos recursos em 2017 foi um grande desastre”, disse.