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Quinta, 25 Abril 2024

ZFM: FOCOS propõe ciência e tecnologia como vetor de modernização e perenização do modelo

O FOCOS - Fórum de Estudos Econômicos e Sociais para o Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, apoiado pela Procuradoria de Estudos e Pesquisas Jurídicas da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), promoveu, no auditório Sen. João Bosco Ramos de Lima da ALE, dia 27 passado, o lançamento do livro 'Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas'. O procurador legislativo Alcebíades de Oliveira, fundador e um dos coordenadores do FOCOS, informou que os artigos contidos na obra são de autoria de profissionais de diversas instituições de ensino e pesquisas, empresários e profissionais liberais.

No Prefácio, o deputado Roberto Cidade, presidente da ALEAM, salienta: "O desenvolvimento sustentável do Amazonas vai além das meras formalizações que se aglomeram durante anos e anos no seio das intenções de propostas no campo da política amazonense. Na verdade, a economia local possui uma espécie de relação escravagista quando se pontuam os aspectos inerentes à dependência desta para com o modelo ZFM (Zona Franca de Manaus). Vale ressaltar que a nobre missão de buscar novas alternativas para resolução do problema não somente é dever dos políticos e gestores públicos, mas também de todos os cidadãos amazonenses, uma vez que todos nós somos atingidos por esta realidade".

Para Alcebíades de Oliveira, "a verdade é que, decorridos 56 anos de vigência do modelo, não se tornou possível viabilizar uma política de interiorização do desenvolvimento, com a criação de polos de sustentação vinculados à vocação regional: alimentos, madeira, mineração, cosméticos, fármacos, entre outros. A rigor, perdemos mais de meio século sem aproveitar objetivamente as vantagens do modelo". Por outro lado, acentua, "o último censo do IBGE registra que quase 50 % da população amazonense encontra-se situada na linha da pobreza, quadro, certamente agravado em decorrência da pandemia do coronavírus".

Foto: Danilo Mello/Aleam

Segundo Alcebíades, "corremos o risco de perder mais 50 anos de Zona Franca, e de assistir ao aumento descontrolado da população na direção da linha da pobreza. É, sem dúvida, uma obrigação de todos refletir sobre este cenário e buscar soluções objetivas, pautadas na pesquisa, na tecnologia e na ciência. É algo que impõe uma ação conjunta dos governos federal, estadual e municipal, das universidades, das instituições de pesquisa, das associações de classe, dos órgãos de financiamento, enfim a participação de toda comunidade amazonense".

Esta a linha de ação desenvolvida pelo FOCOS, ininterrupta durante a pandemia do coronavírus. Nesse período contou, em debate virtual, com a participação do reitor Sylvio Puga, da Ufam; do então reitor Cleinaldo de Almeida Costa, da UEA, o professor Jackson Lima, do IFAM; o Coordenador de Pesquisa do INPA, Jorge Ivan Rebelo Porto, o Chefe Geral da EMBRAPAAMAZÔNIA OCIDENTAL, Everton Rabelo Cordeiro; o Perito Federal do INCRA/Am, engenheiro agrônomo Ronaldo Pereira dos Santos, o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, Bahia), José Eduardo Carvalho; o presidente da FAEA, Muni Lourenço Jr., a Diretora-Presidente da FAPEAM, professora Márcia Perales Mendes Silva, profissionais liberais e líderes empresários.

Visando à consecução desses objetivos, o FOCOS considera fundamental dar vida ativa ao Conselho Estadual de Ciências e Tecnologia – CONECTI (Lei Estadual nº 3.598, de 3.5.2011). Para tanto, propõe a adoção de mecanismos e instrumentos de articulação entre entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, com vistas à execução da política estadual de ciência, tecnologia e inovação. Propõe ainda a instituição, na universidade, de um Núcleo Permanente de Estudos Amazônicos, comum a todos os cursos de graduação pós-graduação, extensivo à Zona Franca de Manaus, cujos fundamentos subjacentes à sua instituição em 1967 o grosso da sociedade local e brasileira desconhece, incluídas instâncias governamentais. 

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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