O evento, primeiro do segmento realizado no Brasil em 2024, inseriu o Amazonas, em definitivo, no circuito brasileiro de produção de energia, óleo e gás.
Nos dias 7 e 8 passados as empresas mais representativas do setor de óleo, gás e energia do Brasil reuniram-se no Centro de Convenções Vasco Vasques, em Manaus, para discutir e ajustar procedimentos operacionais de mercado e destacar os principais potenciais da matriz energética do Amazonas. A conferência de negócios “Amazonas Óleo, Gás e Energia 2024” teve como objetivo proporcionar um ambiente de compartilhamento de informações, experiências, qualificações e oportunidades para profissionais, empresas, acadêmicos e especialistas do setor.
Promovido pelo Governo do Amazonas com o apoio do SEBRAE a conferência teve como meta final incentivar e atrair investidores interessados em explorar oportunidades de negócios, destacando-se incentivos fiscais e políticas governamentais para o desenvolvimento do setor. Na abertura do evento, o vice -governador Tadeu de Souza foi enfático: “Somos hoje líder nacional de produção de gás natural em terra e, nessa condição, exercer papel central na estratégia nacional de segurança e transição energética. O evento, primeiro do segmento realizado no Brasil em 2024, inseriu o Amazonas, em definitivo, no circuito brasileiro de produção de energia, óleo e gás. Uma demonstração do ímã de atração em que o Amazonas se tornou a partir da quebra do monopólio do gás natural pelo governador Wilson Lima”.
Tadeu de Souza acredita, ao que salientou, que “este novo cenário abriu portas para novos investimentos privados na bioeconomia, a exemplo da Eneva, que explora comercialmente o gás natural em Silves e Itapiranga. O Amazonas também aumentou o número de consumidores de gás natural e atua com incentivos para o uso do GNV. A expectativa é de que tenhamos mais investimentos desse porte, garantindo o desenvolvimento econômico para o nosso povo sem abrir mão da sustentabilidade”, destacou. Segundo a superintendente do Sebrae Amazonas, Ananda Pessôa, “as discussões em torno da variedade de recursos energéticos existente em toda a Amazônia brasileira podem gerar melhorias significativas para os negócios, ressaltando-se a necessidade de práticas responsáveis e soluções de baixo impacto ambiental”.
O evento contou com a efetiva participação, nos dois dias, dos principais representantes das empresas do setor energético, dentre as quais Petrobras, Eneva, Cigás, Atem, Equador Energia, Agência Nacional de Petróleo (ANP), ABPIP, Sebrae Onshore e ABESPetro. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) reconhece o Amazonas como o estado que possui a maior reserva de gás em terra do país, algo em torno de 40 bilhões de metros cúbicos de poços já provados, com potencial para alcançar 100 bilhões de metros cúbicos. O gás natural fornecido pela Cigás, por exemplo, é usado na geração de grande parte da energia elétrica utilizada no abastecimento de Manaus e também dos municípios de Anamã, Anori, Caapiranga, Coari e Codajás.
O Amazonas é o único estado da região Norte que, há mais de 30 anos, produz petróleo e gás na bacia do Solimões. Dados da ANP revelam que a Bacia do Solimões tem reservas comprovadas na ordem de 310 milhões barris de petróleo e 90 milhões de m3 de gás natural, configurando a maior reserva brasileira de gás natural onshore (em terra). Desde a quebra do monopólio do mercado de gás no Amazonas, em 2021, o setor ganhou musculatura e competitividade, tornando-se atrativo a novos investimentos no setor. Segundo a ANP, gera atualmente cerca de 6 mil empregos na exploração do gás natural face aos investimentos da Eneva no campo do Azulão e o anúncio de dois novos campos comerciais de exploração nos municípios de Silves e Itapiranga. Só na província de Urucu, Coari, idealizada pela Petrobras, a produção média mensal é de 106.353 barris de óleo equivalente por dia, sendo mais de 16 mil de óleo e 14 mil de gás. A bacia amazonense produz hoje em média 100 mil barris/dia de óleo equivalente (petróleo + gás natural).
Sobre o autor
Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALC EAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).
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