Denominado Rota da Biodiversidade, visa estimular, de forma sustentável, o crescimento econômico e social a partir da estruturação de cadeias produtivas de cinco produtos fitoterápicos amazônicos
De acordo com a secretária executiva da Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, Tatiana Schor, o governo vem empreendendo estudos de profundidade para implantação de um programa de alta repercussão para o desenvolvimento da bioeconomia no Amazonas. Denominado Rota da Biodiversidade, visa estimular, de forma sustentável, o crescimento econômico e social a partir da estruturação de cadeias produtivas de cinco produtos fitoterápicos amazônicos por meio de mapeamento, diagnóstico e estímulo com potencial de oferta para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Estudos preliminares voltados ao fortalecimento dessas cadeias produtivas, foram objeto de reuniões técnicas com representantes de diversos segmentos que integram a estrutura técnico-operacional do programa (Governo do Estado, Ufam, Uea, Suframa, Basa, Embrapa, Inpa, CBA, Sudam, Ministérios do Desenvolvimento Regional e do Meio Ambiente, FioCruz, Ministério Púbico Federal/Amazonas, dentre outros).
Uma das primeiras providências do grupo executivo foi o preenchimento do CANVAS, um instrumento de gerenciamento estratégico para projetos. Constituído o grupo e definidos os objetivos iniciais do programa ocorreu o encontro do comitê gestor do Polo Bioamazonas, composto por profissionais do governo, Academia, da Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e do setor empresarial.
Conclusões preliminares, segundo Schor, apontam na direção de que os CANVAS deveriam ser reunidos em um só, contemplando dois eixos estruturais: a) Insumo e produção, objetivando mapear, diagnosticar e estimular o desenvolvimento sustentável das cadeias produtivas objeto do estudo, constituídas dos cinco Fitoterápicos Amazônicos eleitos: b) Beneficiamento e agregação de valor e comercialização para fortalecer a atividade de beneficiamento de plantas medicinais no estado do Amazonas.
Como medidas de curto prazo o programa considera apoiar e articular o registro e a certificação das etapas da cadeia de plantas medicinais amazônicas (botânica, sanitária, sustentável, orgânica, ICMBIO, Indicação Geográfica), dentre outros. Tais projetos, na avaliação da Sedecti apresentam grande potencial de geração de emprego e renda. Além disso, destaca-se a oportunidade de inovação e desenvolvimento tecnológico no segmento bio-fármaco, como resultado de parceria e cooperação entre instituições com o setor produtivo, poder público e ICTs.
De acordo com a secretária Tatiana Schor, “o primeiro resultado obtido foi um recurso de R$500mil para o fortalecimento da pesquisa com fitoterápicos e frutos amazônicos na região do Alto Solimões. Uma parceria da Rota Polo Bioamazonas com a Universidade Federal do Amazonas. O recurso já foi repassado (março de 2020) e as ações estão em fase de planejamento. No momento, maio de 2020, estamos estruturando projetos para serem financiados em cada um dos eixos”.
Para o secretário Jório Veiga, da Sedecti, o governo estadual espera, por essa via, “consolidar a Rota da Biodiversidade como polo indutor da diversificação de nossa matriz econômica, por meio do fortalecimento do PIM, padrão da Indústria 4.0, e inclusão dos amplos campos da bioeconomia”. O programa é considerado de alta prioridade pelo governo estadual, dados os aspectos de complementariedade e interconexão setorial da economia.
Pela dimensão do programa, sua abrangência técnico-científica e operacional haverá de assumir, ao que penso, abrangência pan-amazônica, considerando o estoque de importantes pesquisas que os países da Tríplice Fronteira (Brasil-Peru-Colômbia), onde o programa será implantado, vêm desenvolvendo. Merecem destaque, nesse sentido, a experiência logística do Comando Militar da Amazônia e os trabalhos científicos do Instituto Sinchi e da Universidad Nacional de Colombia, sede Letícia, e do Instituto de Investigación de la Amazonia Peruana (IIAP), de Iquitos, que se encontram disponíveis e no aguardo da assinatura de acordos de cooperação técnica protocolares pelos três países.
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