Ibama: amigo ou inimigo do Brasil?

Todo o acervo bio econômico e ambiental mantido pelo Brasil leva-nos a uma só conclusão: o país precisa apenas aprimorar ainda mais sistemas tecnológicos que potencializam o crescimento econômico com preservação ambiental.

Se o Ibama tivesse sido criado ao tempo do Descobrimento, o Brasil provavelmente ainda estaria vivendo o ciclo do Pau Brasil e da Cana de Açúcar. O órgão, criado no governo de José Sarney (Lei Nº 7.735/1989), desde então mais atrapalha do que ajuda o crescimento da economia do país, especialmente da Amazônia, onde o patrulhamento ideológico atinge o ápice do negativismo, levando essas instituições a declarar-se contra qualquer iniciativa voltada ao desenvolvimento regional. O petróleo da foz do Rio Amazonas e o Sul do Estado são exemplos insofismáveis do quanto o MMA e o Ibama persistem em manter o território preso a dogmas ambientais fundamentalistas liderados por ONGs que intentam tornar a região santuário ecológico da humanidade.

A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo e o maior bioma brasileiro, com mais de 7 milhões de Km2 (o dobro do tamanho da Índia), abriga a maior biodiversidade do planeta e abrange nove países na América do Sul, a Pan-Amazônia – 60% do Brasil. O Pará, responsável por 40% do desmatamento histórico do bioma, mantém 76% do seu território preservados. O Amazonas, mesmo com a destinação de terras do Sul para a agropecuária e o cultivo de grãos, conserva intactos cerca de 97% de suas matas nativas. 

Globalmente, cinco países abrigam 70% das áreas terrestres e marítimas virgens, o Brasil entre eles ao lado de Austrália, Canadá, Estados Unidos e Rússia. A média de cobertura florestal da União Europeia (UE) é de 41,7% e nos Estados Unidos e China 32% e 22%, respectivamente. Todo o acervo bio econômico e ambiental mantido pelo Brasil leva-nos a uma só conclusão: o país precisa apenas aprimorar ainda mais sistemas tecnológicos que potencializam o crescimento econômico com preservação ambiental, a via adotada por muitos países que concedem incentivos direcionados à restauração e à manutenção de florestas em pé enquanto subvencionam a produção rural.

Foto: Fernando Augusto/Ibama

A nação rejeita esforços e atos espúrios destinados a anular a vocação do país em tornar-se uma das maiores economia mundiais estruturada na bioeconomia a partir da exploração sustentável dos recursos de nossa biodiversidade, fortemente concentrada na Amazônia. O que inclui a produção de alimentos, de petróleo e seus derivados, da mineração e do manejo florestal sustentável, das bio e nanotecnologias. Fundamental, com efeito, a elaboração de insights inovadores para a modernização 4.0 do setor produtivo, salto que depende de políticas públicas, governança e mútua cooperação voltadas à segurança jurídica e à robustez do sistema de ciência, tecnologia e inovação.

O Brasil não precisa de inimigos úteis cativos a interesses conservacionistas internacionais. Ao que se observa pela mídia, a realidade do Ministério do Meio Ambiente, Ibama e outras instituições vinculadas ao meio ambiente. De fato, ao que hoje lamentavelmente se observa, multiplicam-se ações criminosas do Ibama no Sul do Amazonas, em que agentes, acompanhados da Polícia Federal e das Forças de Segurança Nacional armados até os dentes e da aplicação de multas exorbitantes que chegam a R$ 1,5 milhão, apenas espalham o terror e a insegurança social no campo.

Em termos práticos e objetivos, o MMA e o Ibama, ora ocupados por ONGs, vem promovendo na região aberto patrulhamento ideológico e, sob a alegação de “zerar” o desmatamento, patrocinam verdadeiro pacote de maldades contra o agronegócio. Além do mais, segundo O Globo, sete superintendências do Incra foram nomeadas por indicações do MST. Nesse passo, o Brasil caminha em direção a zonas pantanosas que certamente levarão à conflagração no meio rural, ao retrocesso civilizatório, impedindo a viabilização de um pacto de transição. Há tecnologias de restauração e exploração de florestas degradas aplicadas no Brasil e internacionalmente, como por exemplo, o sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), desenvolvido pela Embrapa. Sucedâneo natural da violência e da desagregação social. 

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade