As usinas termelétricas vão atender à crescente demanda do país, impulsionando o desenvolvimento econômico e energético do Amazonas.
Na segunda-feira, 25 de março, a Eneva lançou a pedra fundamental das obras do Complexo Termelétrico Azulão 950. A cerimônia, realizada no município amazonense de Silves contou com a presença do governador Wilson Lima, do titular da Semig (Secretaria de Energia, Mineração e Gás), Rooney Peixoto; de parlamentares, autoridades e executivos da Eneva. O projeto prevê investimentos de R$ 5,8 bilhões para a construção das usinas termelétricas Azulão I e II, que, em conjunto, terão 950 MW de capacidade instalada. Conectadas ao Subsistema Norte do Sistema Interligado Nacional, as térmicas vão atender à crescente demanda do país, impulsionando o desenvolvimento econômico e energético do Amazonas.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, ressaltou, na ocasião, o impacto positivo do empreendimento em prol da diversificação da economia do Amazonas. “Estamos produzindo uma matriz econômica de enormes proporções para o Estado, que hoje tem reserva estimada de 40 bilhões de m3 de gás natural, e um potencial de chegarmos a 100 bilhões de metros cúbicos. O governo estadual, com parceria de importantes investidores do setor, está gerando as condições necessárias para o segmento óleo, gás e energia expandir-se ainda mais, e alavancar a economia do nosso Estado”, afirmou.
Durante o evento, o governador Lima anunciou o lançamento de um edital para seleção de bolsas na Escola Técnica de Silves para novas três turmas, com um investimento total da Eneva de R$ 10 milhões, sendo R$ 7 milhões para obras e melhorias na infraestrutura. O objetivo é incentivar a criação de mão-de-obra especializada.
Serão formados alunos para o curso técnico de Energia e Gás e Eletromecânica, e uma turma de Agronegócio. Jovens terão acesso a uma bolsa de R$ 1,3 mil reais e uma educação profissionalizante de alto nível,
adiantou o governador amazonense.
O projeto Azulão I e II apresenta características de alta repercussão sobre a economia amazonense, particularmente no que respeita à interiorização da política econômica ancorada nos incentivos da Zona Franca de Manaus. De fato, segundo informes da Assessoria de Comunicação da Eneva, cerca de 8 mil pessoas estão sendo impactadas pelas iniciativas educacionais na região, centradas na Escola Estadual Agobar Garcia, em Silves, que abriga o programa de formação técnica com cursos na área de gás e energia. Outros R$ 10 milhões estão sendo canalizados para projetos de preservação da biodiversidade, em uma área de aproximadamente 460 hectares.
De acordo com o CEO da Eneva, Lino Cançado, “o projeto tem uma logística que envolve alta tecnologia e movimenta fabricantes de equipamentos em todas as partes do mundo. Nosso objetivo é trazer desenvolvimento socioeconômico para o Amazonas por meio da geração de emprego e renda, além também de contribuir com a transição energética e segurança elétrica do país”. A Eneva é a principal operadora privada de gás natural onshore no Brasil. Observe-se, a propósito, que, no mundo, a produção do segmento onshore corresponde a mais de 70% do total. No Brasil ainda não chega a 10% da produção doméstica. Enorme, por conseguinte, o espaço para expansão e diversificação do setor.
À plena capacidade operacional, o empreendimento vai gerar renda a mais de 320 famílias locais, por meio de programas de incentivo ao empreendimento, como o ‘Elas Empreendedoras’, que visa capacitar mulheres para o mercado de trabalho. A Eneva atua em diversos estados desde a exploração e produção até o fornecimento de soluções de energia. Opera 14 campos de gás natural nas Bacias do Parnaíba (MA) e Amazonas (AM), totalizando uma área de concessão superior a 63 mil km², a maior do Brasil. Possui um parque de geração com 5,95 GW de capacidade contratada, incluindo termelétricas nos estados do Maranhão, Ceará, Sergipe, Roraima, e o Complexo Solar Futura na Bahia, que iniciou a operação em 2023.
Sobre o autor
Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALC EAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).
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