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Quinta, 25 Abril 2024

Axé Brasil 2022

O Brasil encontra-se dividido "entre pessoas que pensam como nós (os bons, inteligentes e honestos) e as que pensam diferente de nós (os maus, burros, corruptos)". A frase, citada aqui e ali, mesmo sem origem e autoria definidas, no fundo revela perigoso grau de intolerância e clivagem social que vem permeando a sociedade brasileira, sobretudo a partir da ascensão ao poder de forças radicais de esquerda e direita no pós Redemocratização de 1985. O brasileiro despende muito mais energias defendendo tendências e movimentos ideológicos extremados, do que medidas necessárias para o país sair de uma sucessão perversa de crises políticas e retornar à trilha do crescimento.

De tal sorte fragmentado, só um mega acordo político de governabilidade poderá aliviar tensões estereotipadas e varrer sombras do passado que toldam nossos horizontes e nada constroem. Somente assim será possível resolver os gravíssimos problemas que sufocam a nação: a desigualdade e desarmonia profundamente instaladas no seio dos Poderes da República; a corrupção, o baixo crescimento da economia, a insegurança institucional, o ainda elevado índice de desemprego, a queda no padrão educacional, da saúde pública, da segurança, do transporte, do saneamento básico.

Palanques políticos, potencializados via redes sociais sustentam batalhas ideológicas irreconciliáveis entre esquerda e direita como raras vezes antes vistas na história do Brasil, correndo-se o risco de perder a perspectiva da realidade social, econômica e política do país. Os números, que não têm partido nem ideologia, falam por si. 

Foto: Reprodução/Pixabay

No tocante às contas públicas, de um superávit primário (sem contar os juros, em valores atuais) de R$ 130 bilhões em 2002, saltaram para um déficit de R$ 170,5 bilhões em 2017. Com efeito, a dívida bruta atingiu 74,3% do PIB em 2019 e, devido à pandemia do novo Coronavírus, 88,8% do PIB no exercício findo, que, todavia, segundo o Ministério da Economia seguirá caminho de retração daqui por diante.

Consoante o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o governo empreende diversas medidas com vistas à redução das despesas do setor público com pessoal. Esses gastos são o segundo item de maior peso no orçamento da União, respondendo por quase 22% do total das despesas primárias do Governo Central e, no âmbito dos estados, por 56,3% das despesas totais e 76,1% da receita corrente líquida. Enquanto isso, os gastos da União para investimentos em 2022 limitam-se a R$ 44 bilhões, 9,12% das despesas fixadas para o próximo exercício, de R$ 4,82 trilhões.

Fundamental, quase uma bala de prata, a Reforma Administrativa, que, para efetivamente contornar o adverso quadro político-institucional e otimizar os gastos públicos precisa corrigir privilégios, super salários e estruturas funcionais fora da realidade nacional sustentadas pelos poderes Legislativo e Judiciário; cortar pela metade o tamanho das representações parlamentares, assessores e verbas astronômicas de gabinete, sem esquecer a eliminação do abusivo Fundo Partidário, de R$ 4,9 bilhões, destinados ao financiamento de campanhas eleitorais em 2022.

Estados e municípios, oportuno salientar, estão com os cofres abarrotados devido a maciças transferências de recursos da União durante a crise da Covid-19, que alcançaram os expressivos montantes de R$ 47,35 bilhões em 2020 e cerca de R$ 5 bilhões no exercício que ora se encerra.

Segundo o Portal da Transparência, apenas os valores orçamentários e da execução de despesas do Governo Federal relacionados ao enfrentamento da pandemia em todo o país totalizaram R$ 524,02 bilhões, o equivalente a 15,85% dos gastos públicos, e a R$ 101,67 bilhões, 2,81% das despesas orçamentária, efetivamente pagos em 2020 e 2021.

*Axé, na língua iorubá, significa poder, energia ou força presentes em cada ser ou em cada coisa. Dentro e fora do contexto religioso, axé é uma saudação utilizada para desejar votos de felicidade e boas energias. Do que, efetivamente, tanto o Brasil ora necessita.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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Comentários: 1

Gabriel Alves em Sexta, 28 Janeiro 2022 18:48

"revela perigoso grau de intolerância e clivagem social que vem permeando a sociedade brasileira, sobretudo a partir da ascensão ao poder de forças radicais de esquerda e direita no pós Redemocratização de 1985", meu fio no Brasil a hegemonia esquerdista nos meios editoriais, jornalístico, universitário, ensino e dentre outros é uma coisa avassaladora isso desde os anos 60, os milicos por sua vez são positivistas de carteirinha desde o tempo do Império, só pensam em "neutralidade ideológica", e permitindo assim a expansão hegemônica de esquerda e a dita "direita" no Brasil só pode ser resumida na taberna do seu Raimundo, tiozão do churrasco, as tias do zap e as vovós da Missa, quem se intitular de "direita" fora disso é apenas embuste, geralmente algum filistino oportunista. A revolução gramsciana no Brasil já está quase completa, eleger presidentes e deputados não vai mudar nada.

"revela perigoso grau de intolerância e clivagem social que vem permeando a sociedade brasileira, sobretudo a partir da ascensão ao poder de forças radicais de esquerda e direita no pós Redemocratização de 1985", meu fio no Brasil a hegemonia esquerdista nos meios editoriais, jornalístico, universitário, ensino e dentre outros é uma coisa avassaladora isso desde os anos 60, os milicos por sua vez são positivistas de carteirinha desde o tempo do Império, só pensam em "neutralidade ideológica", e permitindo assim a expansão hegemônica de esquerda e a dita "direita" no Brasil só pode ser resumida na taberna do seu Raimundo, tiozão do churrasco, as tias do zap e as vovós da Missa, quem se intitular de "direita" fora disso é apenas embuste, geralmente algum filistino oportunista. A revolução gramsciana no Brasil já está quase completa, eleger presidentes e deputados não vai mudar nada.
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