Amazonas amplia produção de gás natural em 34%, podendo chegar a 12 milhões de M³ por dia

O Amazonas ano a ano vem se transformando em importante protagonista do mercado brasileiro de óleo e gás.

O Amazonas ano a ano vem se transformando em importante protagonista do mercado brasileiro de óleo e gás. Depois da inauguração da unidade de tratamento de gás do campo de Azulão, o estado recebeu uma rodada do Programa Mesa Reate, do Ministério de Minas e Energia (MME), que discutiu os principais desafios para aproveitamento de hidrocarbonetos. Do evento resultou o  Fórum Amazonense de Petróleo e Gás, em curso, coordenado pela SEDECTI/SEBRAE-AM. O Reate objetiva implementar uma política de fortalecimento da atividade de exploração e produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres por meio do estímulo ao desenvolvimento de uma indústria forte e competitiva, com produção crescente e pluralidade de operadores e fornecedores de bens e serviços.

O objetivo principal do Reate é, em última instância, construir robusta indústria “onshore” (em terra) no Brasil, implicando produção, geração de emprego e renda, contribuir para o aumento da arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais, e, por fim, com o desenvolvimento econômico e social do país. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que presta serviços ao Ministério de Minas e Energia (MME) na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, a produção líquida do energético no Amazonas pode chegar a 12 milhões de m³/dia até 2030 – um crescimento de cerca de 34% em relação ao nível de 8 milhões de m³ registrado em 2021. O potencial advém da entrada de novas jazidas já conhecidas e de blocos que foram recentemente desenvolvidos, sobretudo os blocos SOL-168 e SOL-191, na Bacia de Solimões.

Foto: Divulgação

Segundo a EPE, atualmente o Amazonas responde por 13% das reservas provadas de gás natural e 56% das reservas provadas de gás terrestre do Brasil. O estado é detentor de expressivo volume de recursos potenciais de gás natural, oficialmente estimado em 106 bilhões m³. Dados de 2021 comprovam que no estado cerca de 540 poços já foram perfurados. Destes, oito campos encontram-se em produção, três blocos em exploração e cinco tidos como áreas em avaliação. A EPE atesta que “o Amazonas tem muito mais [recursos] do que se pode ver ou estimar com base nas informações atuais”. Segundo a Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) há no Estado, entre os 17 colocados para concessão em Leilão de Óleo e Gás em 2023, mais 47 na Foz do Rio Amazonas. As bacias de Santos, com 252, e a Potiguar, com 207, lideram a corrida.

O engenheiro Antônio Batista, consultor do SEBRAE-AM e coordenador técnico do Fórum Amazonense de Petróleo e Gás, considera:

“O estado Amazonas iniciou um novo ciclo no setor caracterizado pela atuação de novos players. Além da Petrobras, que retomou os planos de investimentos e de expansão em Urucu, despontam a ENEVA, na exploração e produção de gás, e o grupo ATEM, no refino de petróleo”

A ENEVA opera a Usina de Tratamento de Gás (UTG) no Campo do Azulão, unidade que faz parte do projeto integrado Azulão-Jaguatirica, localizada no município de Silves, no interior do Amazonas; enquanto o grupo ATEM é controlador da Refinaria Isaac Sabbá, em Manaus, com capacidade de refino da ordem de 46 mil barris/dia. Se, anos atrás, pairava ceticismo quanto ao papel da cadeia produtiva na economia do estado, hoje há certezas: o segmento consolida-se de forma contundente. Nos próximos anos bilhões de reais em investimentos serão aplicados no Amazonas visando ampliar a produção e distribuição de petróleo e gás natural, além das redes de distribuição e comercialização de derivados, salienta Batista.

Desde já, contudo, desponta a iminente necessidade de preparação e qualificação de pessoal técnico e capacitação de empresas locais; do contrário seremos obrigados a importar profissionais, produtos e serviços de outros estados, observa Antonio Batista. 

“A indústria de óleo e gás pagou de royalties mais de R$ 700 milhões aos cofres públicos (estadual e municipais); em breve estes recursos alcançarão R$ 1 bilhão/ano, seja pela iniciativa privada (Capex e Opex) ou pública (royalties e investimentos). Seguramente, o futuro, para aqueles que orbitam ou pretendem gravitar em torno da cadeia produtiva, no Amazonas, já está garantido!”

conclui o engenheiro

Sobre o autor 

 Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Florada Premiada: Rondônia conquista pódio completo em concurso nacional de cafés canéforas

Todos os locais de produção vencedores fazem parte da área classificada como "Matas de Rondônia". Grande vencedora da noite, Sueli Berdes participou da competição pela primeira vez.

Leia também

Publicidade