Portal Amazônia listou cinco museus da região Norte que podem ajudar a desvendar os mistérios da Amazônia
A Amazônia é uma das regiões que mais despertam curiosidade mundo afora. Rica em recursos naturais e culturalmente diversa, a região abriga a maior floresta tropical do mundo, a maior bacia hidrográfica e também conta com uma das maiores populações indígenas. Tudo isso faz com que a Amazônia esteja sempre no radar de turistas e estudiosos.
Uma das melhores formas de conhecer a riqueza e a cultura da região está nos museus, que reúnem acervos sociobiológicos dos mais diversos. Por isso, nesta Semana Nacional dos Museus, o Portal Amazônia listou cinco museus da região Norte que podem ajudar a desvendar os mistérios da Amazônia.
Museu da Amazônia
Fundado em 2009, o Museu da Amazônia (Musa) é um museu vivo, a céu aberto, em um segmento da Reserva Florestal Adolpho Ducke, uma floresta primária na cidade de Manaus. Na mesma área, em 2002, foi criado um Jardim Botânico que ainda cresce e surpreende.
Suas trilhas recortadas no denso tecido de árvores, palmeiras e cipós são iluminadas por luzes e sombras que revelam a deslumbrante diversidade dos tons de verde e escondem insetos, pássaros e polinizadores.
Os ecossistemas, a fauna e a flora da Reserva Ducke, têm sido estudados há mais de 60 anos pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que decifraram boa parte de seus segredos, registrados em catálogos, artigos e manuais. O Musa Jardim Botânico está equipado com torres para observar a floresta em diferentes alturas, tendas de exposição e pavilhões em que temas caros às culturas indígenas, do passado e do presente, são revelados e celebrados. Em laboratórios experimentais preparados mostramos aos curiosos o micromundo magnificado.
Palácio Rio Branco
Inaugurado em 1930, o Palácio Rio Branco teve seu desenho inspirado na arquitetura grega, em estilo neoclássico. O prédio foi inaugurado ainda inacabado, sendo construído aos poucos e totalmente pronto no governo Guiomard Santos. Hoje, tanto moradores quanto turistas podem conhecer o espaço que é um dos marcos do projeto de modernidade de Rio Branco.
Com visão de futuro, o então governador Hugo Carneiro começou a construir uma série de prédios em alvenaria, rompendo barreiras e obstáculos à realização de um projeto de logística extremamente complexa para aqueles tempos. Portanto, o palácio se constitui efetivamente em um marco de modernidade em vários aspectos.
Revitalizado por Jorge Viana, o Palácio Rio Branco também é sede da história da formação do Acre. O acervo é constituído em mostrar parte do patrimônio cultural e arqueológico do Estado, como os geoglífos, as formas geométricas de milhares de anos localizadas no Vale do Acre, além da Revolução Acreana, a vida seringueira, os empates e a luta de Chico Mendes. Toda a história do povo acreano está localizada no edifício.
Desde que foi restaurado, o Palácio foi visitado por mais de 270 mil pessoas. Parte do prédio foi ambientado com exposições que apresentam as fases históricas do povo acreano. E é cada vez maior o número de turistas de outros Estados e do exterior que buscam conhecer essa história, e a encontram no Palácio Rio Branco.
Museu Emílio Goeldi
Desde sua fundação, em 1866, o Museu Paraense Emílio Goeldi concentra-se no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de conhecimentos e acervos relacionados à região. Também conhecido como o Museu da Amazônia, o Museu Goeldi tem a missão catalogar e analisar a diversidade biológica e sociocultural, tornando-a de conhecimento público, contribuindo para a formação da memória cultural e para o desenvolvimento regional.
O Museu Goeldi possui três bases físicas. A mais antiga foi instalada em 1895, numa área de 5,2 hectares, atualmente conhecida como Parque Zoobotânico. Fica no centro urbano de Belém e é o mais antigo do Brasil no seu gênero. Além de abrigar significativa mostra da fauna e flora amazônicas, o Parque concentra as atividades educativas do Museu, tal como um laboratório para aulas práticas. Recebe anualmente cerca de 200 mil visitantes.
Já nas imediações da cidade fica um Campus Pesquisa, com 12 hectares, inaugurado em 1980. O Museu conta também com a Estação Científica Ferreira Penna, inaugurada em 1993, em 33 mil hectares da Floresta Nacional de Caxiuanã. Destina-se à pesquisa e ações de desenvolvimento comunitário nas diversas áreas do conhecimento.
Palacete Provincial
Quem visita o Centro Histórico de Manaus encontra diversas opções turísticas, tanto para quem mora na cidade como para os visitantes de fora. E uma delas é o Palacete Provincial, que abriga cinco museus que estão sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Cultura (SEC). Foi por mais de cem anos quartel da Polícia Militar do Amazonas, e hoje é um patrimônio tombado junto com a Praça Heliodoro Balbi e o Colégio Amazonense Dom Pedro II.
A denominação de Palacete Provincial surgiu do fato de ter sido sede do governo da Província do Amazonas e de residência de seus presidentes. Sua construção foi iniciada pelo comerciante português Alexandre Paulo de Brito Amorim para servir de residência a sua família. Restaurado entre 2007 e 2009, o Palacete Provincial abriga o Museu de Numismática, o Museu da Imagem e do Som do Amazonas, a Pinacoteca do Estado, o Museu de Arqueologia e o Museu Tiradentes.
O Museu de Numismática Bernardo Ramos tem seu acervo constituído por valiosas coleções de moedas da Antiga Grécia, do Império Romano, do Brasil em seus períodos de Colônia, Império e República, além de moedas, cédulas, Medalhas e condecorações. Em uma sala ao lado, está em exposição temporária uma coleção de moedas da China com seus acontecimentos e importância histórica.
O Museu da Imagem e do Som do Amazonas resgata, preserva e divulga a produção regional da cultura amazônica, materializada pela imagem e pelo som – cinema, fotografia, música, televisão, rádio, revistas e outros – organizados em acervos museológicos, iconográficos, bibliográficos, arquivísticos, audiovisuais e multimídia.
A Pinacoteca do Estado possui um acervo de aproximadamente mil obras de arte, nas mais diversificadas técnicas e de autoria de mais de 300 artistas diferentes, oferecendo um panorama abrangente da produção artística brasileira dos séculos XIX e XX, ilustrado, principalmente, por artistas regionais.
O Museu de Arqueologia trata dos acervos recolhidos no território do Estado do Amazonas e desenvolve, a partir da sua exposição, processo pedagógico de informação e orientação da população sobre o valor deste patrimônio. Ficam expostos nesta sala fragmentos arqueológicos encontrados na Região Amazônica. A exposição apresenta também uma estatueta de arte mobiliar arqueológica, esculpida e polida em um bloco único de esteatita, semelhante a pedra sabão, mostrando uma figura com características humana e animal que está associada à cultura Tapajônica. Na exposição também é possível conhecer as formas de sepultamento de alguns povos indígenas, bem como seus respectivos significados.
O Museu Tiradentes foi constituído a partir da antiga sala de armas existente no Quartel da Polícia Militar e conta a história da corporação militar amazonense desde seus primeiros dias. Retrata a história da Corporação Militar do Estado do Amazonas, com mobília original da época, além de arquivo integrado, com livros de registros individuais dos membros da corporação, além de armamentos, fardas, armaduras e equipamentos utilizados pelo Corpo de Bombeiros. Na exposição ‘Flagrantes da História’, o visitante pode visualizar vídeos de eventos festivos e ouvir o som de alguns armamentos.
Museu Sacaca
A cidade de Macapá abriga o Museu Sacaca (oficialmente, Centro de Pesquisas Museológicas Museu Sacaca), uma instituição cultural e científica, com área de aproximadamente 12 mil m². O espaço abriga ações museológicas de pesquisa e preservação, relacionando o saber científico com o saber popular dos povos amazônicos, além de divulgar pesquisas científicas, por meio de exposições e atividades didáticas.
A primeira curiosidade é com o nome “Sacaca”, uma homenagem ao curandeiro Raimundo Santos Souza, que ajudou na difusão da medicina natural no Amapá. Inaugurado em 1997, o museu tem o objetivo de promover ações museológicas de pesquisa, preservação e comunicação. Tem como principal destaque o circuito expositivo a céu aberto, construído com a participação das comunidades indígenas, ribeirinhas, extrativistas e produtoras de farinha do estado.
O circuito expositivo é composto da Casa dos Índios Waiãpi, a Casa dos Índios Palikur, o Barco Regatão, o Sítio Arqueológico do Maracá, a Praça do Pequeno Empreendedor Popular, a Praça do Sacaca, a Casa da Farinha, a Casa da Fitoterapia e a Casa dos Ribeirinhos. O rio que corta o terreno serve para a criação de peixes da região e estudos sobre recursos hídricos e potencial pesqueiro.
O acervo do museu reúne peças de interesse científico, abrangendo zoologia, botânica e microbiologia, artefatos históricos, etnográficos, arqueológicos e artísticos, adquiridas através de doações, coletas e aquisições, além de fototeca e biblioteca. Destaque também para o acervo audiovisual e um núcleo de produtos desenvolvidos pela própria instituição, como a vela de urucuri, um eficiente repelente de mosquitos transmissores da dengue e da malária, além de cicatrizantes e pomadas de funções diversas.
Atualmente, o Museu Sacaca é uma referência regional em tópicos como biodiversidade, desenvolvimento sustentável, medicina natural, etnologia, organização socioeconômica e cultura dos povos amazônicos. Realiza pesquisas próprias e desenvolve produtos a partir de matéria-prima regional – sobretudo produtos naturopáticos, de sabonetes a pomadas para dores musculares, disponibilizados ao público por meio de uma farmácia mantida pela instituição.