Com mais de 12 mil indígenas, o povo Kayapó habita e protege há décadas uma extensa área da Floresta Amazônica que se estende do norte de Mato Grosso ao sul do Pará.
Com mais de 12 mil indígenas, o povo Kayapó, também conhecido como Mebêngôkre, habita e protege há décadas uma extensa área da Floresta Amazônica que se estende do norte de Mato Grosso ao sul do Pará. Há cerca de um século, porém, eles não eram os únicos Kayapó no Brasil. Por isso, eram chamados de Kayapó do Norte.
A aproximadamente mil quilômetros de distância, na região que se estende do norte de São Paulo ao sul de Goiás, passando pelo Triângulo Mineiro, havia um povo homônimo, os Kayapó do Sul. Trata-se dos antepassados do povo Panará, que hoje vive ao norte de Mato Grosso, coincidentemente, próximo dos Kayapó.
Embora o nome fosse o mesmo, nunca houve grande relação entre os antepassados desses povos. A nomenclatura semelhante se deve provavelmente à maneira como comunidades indígenas vizinhas se referiam informalmente a eles. De forma geral, era por meio desses relatos que os “kuben” (não indígenas) tomavam conhecimento sobre povos indígenas ainda não contatados.
A origem do nome Kayapó
Kayapó é uma palavra da língua tupi que significa “semelhantes aos macacos”. Não é o nome usado historicamente pelos Kayapó (do Norte), que sempre se autodenominaram Mebêngôkre, mas adotaram também o nome Kayapó quando passaram a ser chamados dessa forma devido a uma pintura corporal tradicional.
A diferença entre Kayapó do Norte e do Sul
A diferenciação entre Kayapó do Norte e do Sul caiu em desuso devido ao quase desaparecimento do segundo grupo no início do século passado, resultante de conflitos com não indígenas e de doenças trazidas por eles. Nessa época, os poucos remanescentes dos Panará migraram para o norte de Mato Grosso, onde passaram a rivalizar com os Mebêngôkre, dos quais se tornaram vizinhos.
Hoje, estima-se que haja cerca de 500 Panará morando na Terra Indígena de mesmo nome, território demarcado em 1994 e localizado no sul do Pará e norte do Mato Grosso. Uma população bem menor que a Kayapó, que se espalha em seis terras indígenas (Baú, Menktagnoti, Kayapó, Capoto/Jarina, Las Casas e Badjônkôre).
Registrar e fortalecer a história e a cultura Kayapó – que se confundem com a história e a cultura brasileiras – é um dos objetivos do projeto Tradição e Futuro na Amazônia, patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental e parceiro das associações representativas desta comunidade indígena.