Porto do Itaqui, no Maranhão, recebe resgate histórico

Por meio da história oral, projeto de extensão da UFMA iniciou uma jornada de conexão entre o passado e o presente, resgatando a memória de trabalhadores do Porto.

Porto do Itaqui. Foto: Reprodução/Site oficial

Ativo desde os anos 70, o Porto do Itaqui, no Maranhão, é um dos mais importantes portos públicos da América Latina, integrando um dos maiores complexos portuários organizados do Brasil, que tem se tornado uma eficiente conexão logística, em razão da sua eficaz infraestrutura multimodal, tendo uma das maiores movimentações de cargas do Brasil.

Além da contribuição para o desenvolvimento da atividade portuária de São Luís e do país, o Porto do Itaqui tem atravessado a história de muitos brasileiros, seja por meio da oferta de empregos, seja pela diversidade cultural gerada pela migração de pessoas de diferentes regiões do estado e do país em seu entorno.

Por meio da história oral, acessando a memória de quem fez parte de um evento, o projeto de extensão “Aportando nas Águas da Memória: escutar, conhecer, contar e preservar histórias de vidas do Itaqui”, desenvolvido no Laboratório de Extensão, Pesquisa e Ensino em Geografia (Lepeng), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), iniciou-se uma jornada de conexão entre o passado e o presente, resgatando a memória de trabalhadores da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), empresa responsável pela gestão do Porto do Itaqui, com o intuito de preservar as contribuições da comunidade portuária e manter viva a sua história.

Ao preservar essas memórias e resgatar outras tantas não documentadas, que estão vivas nos bairros e nas comunidades do entorno, o projeto “Aportando nas Águas da Memória” também vai revelar as percepções e vidas construídas em ligação com o porto, além de potencializar as características de pertencimento dos trabalhadores que por ali passaram e daqueles que agora contribuem com a existência e ampliação de atividades. O projeto será acompanhado de perto por crianças e jovens das proximidades, conciliando a realidade vivida no porto pelas novas gerações ludovicenses.

Além dos trabalhadores que construíram e ainda constroem a história do Porto do Itaqui, outra participação efetiva é a comunidade escolar do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) – Tamancão, que vai participar de oficinas, da aplicação de questionários, da documentação e divulgação dos resultados da pesquisa. Segundo Ronaldo, a escolha da escola levou em consideração a história da escola, sua localização geográfica e o fato de os estudantes serem moradores da Área Itaqui-Bacanga. O projeto conta com cinco estudantes bolsistas do IEMA-Tamancão.

Na última semana, os alunos do IEMA-Tamancão participaram da primeira oficina do projeto, com o intuito de prepará-los para fazer entrevistas com moradores do Itaqui-Bacanga, como explica o coordenador do projeto: “Fizemos essa primeira oficina, mas ainda teremos outras, a próxima será sobre cartografia. Também teremos oficina de história oral e de técnicas de entrevistas. A ideia é que eles busquem fazer entrevistas com moradores do Itaqui-Bacanga, que possam contar histórias sobre o processo de formação dos bairros e também da relação com o Porto do Itaqui. O projeto tem sido muito interessante porque está havendo uma troca de informações, os estudantes estão envolvidos, assim como toda a comunidade escolar, os professores, técnicos e pais estão participando ativamente de todas as etapas”.

Para Marivânia Pinheiro, aluna do IEMA Tamancão, o projeto “Aportando nas Águas da Memória” traz novas possibilidades e oportunidades.

“Está sendo muito importante para mim, é bom a gente ver que a gente está tendo a possibilidade de ter oportunidades de aprender coisas novas, eu estou vendo coisas que eu ainda não tinha visto [..] que talvez eu não teria a possibilidade de aprender se eu não tivesse entrado nesse projeto. Também saber que eu vou poder ter o contato com outras pessoas, conhecer histórias novas, isso para mim é muito importante, eu gosto muito de ouvir as pessoas.Com o que a gente praticou hoje, eu mesma puder ver coisas que eu não percebia. Isso me trouxe bastante benefício, e acredito que vai continuar trazendo ao longo do tempo”, comentou Marivânia.

A professora de Geografia do IEMA Tamancão, Lidiane Vasconcelos, vê o projeto como uma oportunidade de aproximar os alunos da educação básica da iniciação científica.

“Aportando nas Águas da Memória: escutar, conhecer, contar e preservar histórias de vidas do Itaqui” conversa com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) em específico com a de número 8, que diz respeito ao Trabalho Decente e Crescimento Econômico. E conta com o financiamento da EMAP e Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).

*Com informações da UFMA

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

QUIZ: Você consegue acertar o gentílico dos municípios com os nomes mais peculiares da Amazônia?

Com terminações diferentes, alguns nomes podem surpreender. Teste seu conhecimento!

Leia também

Publicidade