Palacete Azul: restauro recupera história do Palácio Antônio Lemos, em Belém

O Palácio, chamado na época de Paço Municipal, começou a ser construído em 1860 e acompanhou o crescimento da capital paraense.

É impossível passar na Praça Dom Pedro II, localizada na Cidade Velha, em Belém (PA), e não se encantar com a arquitetura do Palácio Antônio Lemos, também conhecido como ‘Palacete Azul‘. Ele é um dos imóveis mais emblemáticos da história da capital paraense e foi tombado pelo pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan).

O Palácio, chamado na época de Paço Municipal, começou a ser construído em 1860. A medalha comemorativa desse acontecimento registra como autor do projeto José Coelho da Gama Abreu, que o delineou e executou. Nas décadas seguintes, os relatórios provinciais dão notícias da longa construção e de períodos de paralisação.

Foto: Divulgação/Prefeitura de Belém

O prédio foi inaugurado em 1883, dois anos antes da conclusão das obras, havendo bênção do edifício e até distribuição de cartas de alforria a 47 negros cativos para celebrar a ocasião. 

Características arquitetônicas

O Palácio tem sua marcação externa, no térreo, feita por colunas duplas nos quatro cantos. No andar superior, as colunas prosseguem como pilastras. A planta baixa possui um vazio central formado por dois pátios e dividido ao meio pelo volume da escadaria monumental. 

A simetria prossegue em vestíbulos idênticos e em pórticos que sustentam sacadas abertas, o da fachada principal mais avançado e apoiado em colunas duplas. Nessa fachada existem três frontões triangulares marcando as alas laterais do edifício e o corpo central.

O frontão central é ornado por estátuas, enquanto os laterais ostentam vasos de coroamento. As fachadas mantêm rigorosa simetria e as aberturas são todas em arco pleno, com variações de sobrevergas. 

São notáveis, nesse prédio, os pisos em mosaico no térreo, recuperados na restauração de 1994, e a decoração do piso superior, sem dúvida devida a reformas de tendência eclética do início do século XX, ou pouco anteriores. 

Os estuques são elaborados, lustres de procedência europeia, alguns com desenho pompeiano. As salas possuem revestimento em ferro prensado e pintado. Essas são características de uma fase de acúmulos decorativos que marcam o pleno período do apogeu da borracha.

Foto: Divulgação/Prefeitura de Belém

Nova reforma 

Em 2024, o Palácio Antônio Lemos será reaberto ao público, após passar por uma rigorosa reforma. O espaço recebeu inúmeros serviços de restauro e recuperação, assim como a modernização dos sistemas de segurança, elétrico e contra incêndios. A obra custou aos cofres municipais cerca de R$ 26 milhões.

“O Palácio Antônio Lemos é uma joia rara para nosso centro histórico. Quando recebemos esse desafio de recuperar e restaurar, eu particularmente fiquei muito orgulhoso de fazer parte desse projeto, em saber que estou contribuindo para atual e as futuras gerações contemplarem a nossa história”, disse o engenheiro responsável pela obra, Charles Aragão. 

O Palacete Azul será reaberto ao público na semana do aniversário de Belém, que é comemorado no dia 12 de janeiro.

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