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Sexta, 19 Abril 2024

"Os idiomas abrem portas": comissária de bordo amazonense conta como é trabalhar em empresa aérea internacional

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Voar milhares de quilômetros, garantir a segurança e conforto da tripulação, monitorar os pilotos e checar as portas. Essas são algumas atribuições dos comissários de bordo, profissionais que atuam nas mais diferentes companhias aéreas em todo o mundo. E essa é uma profissão que gera bastante curiosidade. 

Quem pode afirmar isso é a comissária de bordo amazonense Juliana Barbara, que tem mostrado a vida dos profissionais que facilitam a viagem dos passageiros - e ficou popular por conta das redes sociais, contando com mais de 100 mil seguidores somente no Instagram.

Em entrevista ao Portal Amazônia, Juliana contou que o encanto pelo universo da aviação começou ainda na infância. Seus pais já atuavam na área e viajar sozinha como menor desacompanhada era algo comum nas férias escolares da amazonense. Aos 18 anos, Juliana conseguiu emprego em uma empresa de táxi aéreo no Aeroclube do Amazonas.

"Apesar de gostar muito e ter aprendido e amadurecido bastante profissionalmente, eu estava naquela fase de formatura do ensino médio, vestibular e decisão de carreira. Quando recebi aprovação na faculdade de 'Letras, Língua e Literatura Inglesa', optei por investir meu tempo na licenciatura e encerrar meu ciclo de três anos como agente de aeroporto. Naquela época eu não sabia quanto a aviação ainda viria a proporcionar na minha vida",

destacou Juliana.
Juliana trabalha atualmente em uma empresa internacional. Foto: Juliana Bárbara/Arquivo pessoal

Estudos e oportunidades

Focada, para chegar ao seu posto atual, Juliana precisou estudar bastante. Apesar de não ser exigido curso superior para se tornar comissário de voo no Brasil, é necessário realizar um curso de formação de comissários em uma escola homologada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Depois de aprovado, a próxima fase é a realização do exame da ANAC para comprovar o domínio dos conhecimentos teóricos da profissão, além de um teste de saúde obrigatório para a obtenção do Certificado Médico Aeronáutico. "Como no princípio o meu objetivo era me tornar comissária de voo no Brasil, eu tive que passar por todas essas fases", disse a amazonense.

Porém, a fase em que Juliana finalizou os estudos, conta, não foi a melhor. A pandemia de Covid-19 aconteceu (2020) e a aviação enfraqueceu. Ela entrou em uma fila de espera de quase dois anos. Na época, a comissária recebeu um convite para treinar os alunos na mesma escola de aviação na qual estudou. 

Mas as coisas mudaram no início de 2022. Juliana descobriu que empresas internacionais haviam aberto processo seletivo, tentou a sorte e foi aprovada. Assim, uma companhia dos Emirados Árabes se tornou a primeira empresa em que a amazonense trabalhou após a formação. 

Antes de realizar o seu sonho, Juliana estudou para ser comissária de bordo. Foto: Arquivo Pessoal

Adaptação e saudades  

Com o novo emprego, novos desafios. São mais de 13 mil quilômetros que separam o Amazonas dos Emirados Árabes Unidos. Além da distância, Juliana precisa lidar com uma cultura totalmente diferente. Morando fora de Manaus pela primeira vez, a comissária se diz cosmopolita e isso a ajudou na adaptação. "Eu já sabia que queria mudar de cidade/país e essa vontade só aumentava a cada viagem de férias que eu fazia. Hoje, eu moro em Dubai", contou.

Segundo a jovem, um dos maiores problemas é a saudade da família e amigos próximos. "Essa questão deixou tudo ainda mais desafiante. Quando se é comissária, a mente fica mais aberta quando o assunto é 'morar longe'. E logo que a saudade aperta, eu trago os meus pais para me visitar. É gratificante hoje poder proporcionar aos dois suas primeiras viagens internacionais", revelou a amazonense. 

Com oito meses de trabalho, Juliana já teve a oportunidade de conhecer 23 países. Entre eles estão: Emirados Árabes Unidos, Zimbabwe, Vietnam, Singapura, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia, Colômbia, Coreia do Sul, Tailândia e Austrália. Ela afirma que tem sido uma experiência única, principalmente quando se trata de conhecer novas culturas e costumes.
Juliana já visitou diferente países. Foto: Arquivo Pessoal

Dicas 

Em sua curta e promissora carreira, a comissária amazonense afirmou nunca ter passado por nenhuma situação complicada ou perrengue nos seus voos. "No máximo o que acontece é algum caso médico", explicou, porém ela garante que recebeu todo o treinamento necessário para atendê-los.

Para aqueles que desejam entrar no mercado da aviação, Juliana pede para que se dediquem aos estudos e nunca desistam, pois "a oportunidade certa vai aparecer". 

"Às vezes, por medo de receber um 'não', as pessoas deixam passar alguma oportunidade. Eu também tive medo de não estar preparada, inclusive, cheguei perto de desistir na seletiva. Foi graças ao apoio da minha família que tive coragem de ir em frente", revelou.

Outro conselho valioso? Juliana conta que não existe segredo, porque o que faz um candidato se destacar é estar qualificado.

"Sempre me perguntam por onde começar. A minha resposta é sempre a mesma: invista no inglês. Os idiomas abrem portas",

aconselhou.

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