Museu da Amazônia inaugura exposição que traz a arte para dentro da floresta

Ponte, escadas e grafites são algumas das artes que dão colorido e trazem novo olhar sobre a floresta

Não é novidade que uma simples visita ao Museu da Amazônia (Musa) faz qualquer pessoa refletir. Além da pesquisa e divulgação científica que fazem parte do DNA do Musa, este é um museu vivo a céu aberto que permite perceber as várias camadas da floresta. Aqui vemos de tudo.

Dos visitantes que se impressionam com a vista da copa das árvores depois de subirem os 42 metros da Torre de Observação aos turistas encantados por insetos, aracnídeos, anfíbios, flores, frutos, répteis, água. A floresta produz por si só obras dos mais diversos tipos.

Em busca de trazer um novo olhar sobre a floresta, o Museu da Amazônia convidou artistas locais para juntos construírem a nova exposição “Artefloresta”.

Foto: Priscila Pinto/Musa

“Os atores da floresta – árvores, cipós e folhas – vivem procurando autores que traduzam para a linguagem humana suas mensagens. Elas, as árvores, querem conversar conosco e viver juntos em boa paz. O Musa então convidou artistas sensíveis aos apelos da floresta para ouvi-las e traduzir o que as árvores nos contam, reclamam, exalam. Assim nasceu o Artefloresta.”, explicou o diretor do Museu Ennio Candotti.

As obras estão dispostas nas trilhas e em algumas exposições de longa duração do MUSA e podem ser conhecidas através da visita sem guia a partir desta quinta-feira, 15 de julho.

 Instalações artísticas

Pontes flutuantes, de Marcos Cereto. Instalada no lago das vitórias-régias, a obra trata sobre o trabalho arquitetônico do colectivo Aqua Alta do Paraguai, como uma solução emergencial para as cheias do Rio Paraguay e do Arroyo Ñeembucú. No MUSA, sugere construções que dialoguem com as condições amazônicas e suas enchentes sazonais.

Mato, linha e cor é o projeto de intervenção na natureza da artista Priscila Pinto. Realizado com grafite, barbantes e fitas, com intenção de provocar percepções visuais sobre as conexões naturais e artificiais na paisagem amazônica. Segundo a artista, a inspiração veio ao caminhar pelas trilhas do MUSA.

Escadas para o céu é a proposta de intervenção de Zeca Nazaré. As escadas estão instaladas pelo MUSA com a intenção de guiar o olhar dos visitantes mata acima. As escadas também estamparão camisetas produzidas pelo artista que podem ser adquiridas na lojinha do Museu.

Joias para Angelim é a obra de Iuçana de Moraes Mouco e surgiu a partir da observação da artista nas trilhas e sbre os elementos do MUSA. A escultura representa brincos e pingentes em formato da folha de embaúba, como um presente para a natureza e combina a experiência da artista na confecção de jóias.

A Seiva, de Anibal Augusto Turenko Beça. É uma reação antropomórfica aos dentes da motosserra, a partir da seiva que escorre de uma árvore como resultado dessa interação. Turenko identifica a criação com o conceito de site specific, pois foi pensada para determinado lugar e árvore do MUSA, laboratório natural, segundo ele.

La otra orilla, é a instalação arte-arquitetônica de Roberto Suarez. O antropólogo e artista peruano mora em Manaus e pensou na obra a partir das memórias da família de agricultores de arroz e dos elementos que cercam sua obra, como o lago. O artista busca expressar uma história do cotidiano através da poesia. A instalação remete a um tipo de abrigo construído na colheita para guardar mantimentos e proteger os trabalhadores do sol.

Quantum Natureza, de Nonato Tavares. Pedacinhos de madeira seca no chão formam um tipo de mandala: círculos concêntricos – ondulações criadas quando uma pedra é atirada na água. Símbolo de movimento, energia e conexão com a natureza.

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