Milton Hatoum. Foto: Divulgação
Milton Hatoum, um dos nomes mais proeminentes da literatura brasileira contemporânea, tem sua trajetória marcada não apenas pela profundidade de suas obras, mas também por um notável reconhecimento em forma de prêmios literários. Ao longo de sua carreira, o escritor amazonense conquistou distinções que validam a qualidade de sua prosa e a relevância de sua narrativa no cenário nacional e internacional.
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Sua escrita, que se debruça sobre temas como a memória, a identidade, a política e a complexidade das relações humanas, ressoou com críticos e leitores, resultando em uma coleção impressionante de honrarias.
A consagração de Hatoum começou cedo, com seu romance de estreia, “Relato de um Certo Oriente”, de 1989. A obra, que tece a história de uma família libanesa em Manaus, foi agraciada com o Prêmio Jabuti de 1990, na categoria de Livro do Ano. O Jabuti, um dos mais tradicionais e prestigiados prêmios literários do Brasil, foi um marco inicial que sinalizou a ascensão de um novo talento na literatura brasileira. A conquista não foi um evento isolado, mas o prelúdio de uma série de reconhecimentos que se seguiram, solidificando o nome de Hatoum no panteão literário.

O sucesso de “Relato de um Certo Oriente” foi seguido por “Dois Irmãos”, de 2000. Este romance, que narra a história de uma família dividida pelo conflito entre dois irmãos gêmeos, Omar e Yaqub, tornou-se um fenômeno editorial e crítico. A obra rendeu a Hatoum mais um Prêmio Jabuti, desta vez em 2001, na categoria de Melhor Romance.
“Dois Irmãos” também foi agraciado com o Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira em 2005. O prêmio, que visava a valorização da literatura contemporânea em língua portuguesa, reafirmou a importância da obra de Hatoum para o cenário lusófono. A adaptação da obra para a televisão e o cinema também demonstra a relevância e o impacto cultural do livro.
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A Continuidade de Prêmios e a Reconquista do Jabuti
A trajetória de Milton Hatoum é caracterizada pela consistência. A cada novo lançamento, o escritor continuou a colecionar prêmios, confirmando sua maestria narrativa. Seu terceiro romance, “Cinzas do Norte”, publicado em 2005, recebeu diversos reconhecimentos. A obra, que retorna à paisagem de Manaus e explora as transformações sociais e políticas da região, garantiu a Hatoum o Prêmio Jabuti de 2006, na categoria de Livro do Ano de Ficção. O romance também foi vencedor do Prêmio Portugal Telecom de Literatura em 2006, consolidando a obra como um marco na literatura brasileira e lusófona.

Em 2008, o livro “A Cidade Ilhada”, uma coletânea de contos, foi aclamado com o Prêmio Jabuti, na categoria de Livro do Ano de Ficção. Essa vitória marcou a quarta vez que Hatoum era laureado com o prêmio mais importante da literatura brasileira. A obra, que reúne histórias sobre a cidade de Manaus e seus habitantes, demonstra a versatilidade do autor em diferentes formatos literários. A coleção de prêmios de Hatoum não se restringe apenas ao Brasil. Sua obra tem sido traduzida para diversas línguas, e ele também foi reconhecido no exterior, como com a condecoração de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, concedida pelo governo francês em 2005.
A mais recente conquista notável de Hatoum foi com o romance “O Sol na Cabeça”, de 2018. A obra, que aborda temas como a violência urbana e a amizade, foi finalista de diversos prêmios. A recepção crítica da obra foi amplamente positiva, reforçando a posição de Milton Hatoum como um dos maiores expoentes da literatura contemporânea. A sequência de prêmios literários ao longo de sua carreira atesta a qualidade de sua produção literária e o seu impacto duradouro na literatura brasileira. A extensa lista de honrarias reflete o valor de suas narrativas e sua capacidade de dialogar com o leitor por meio de histórias que exploram as complexidades da vida humana.
