Morre Mário Expedito Guerreiro, último ex-combatente amazonense da 2ª Guerra Mundial

Mário Expedito Neves Guerreiro era último "pracinha" no Amazonas vivo dos 160 que foram a Itália participar do maior conflito armado da história.

O ex-combatente amazonense da 2ª Guerra Mundial, Mário Expedito Neves Guerreiro, de 103 anos, morreu nesta quinta-feira, 15 de agosto. Mário era o único vivo dos 160 amazonenses que foram para a Itália participar do maior conflito armado da história mundial.

História e legado

Mário Guerreiro nasceu em Manaus (AM), no bairro Villa Municipal (atual Adrianópolis), no sítio de sua avó. Seu pai era contador do extinto jornal Correio do Norte. 

Guerreiro foi, ao lado de Adalberto Valle, o criador da empresa Brasiljuta, cuja planta de processamento foi inaugurada com a presença do então Presidente Getúlio Vargas em 1951.

Dentro de suas atividades não só na Brasiljuta, como também nas usinas de classificação e prensagem de juta, promoveu o emprego de mão-de-obra direta de mais de 3.000 pessoas, durante os 40 anos de existência da Brasiljuta.

Confira outros trabalhos desempenhados por ele:

  • Expedito foi acionista fundador e membro do Conselho Fiscal da Copam (Companhia de Petróleo da Amazônia), 1955/56;
  • Presidente do Banco do Estado do Amazonas (BEA) entre 1965/67;
  • Presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA) entre 1968/70, 1970/72 e 1978;
  • Sócio-fundador da Cervejaria de Manaus (Cerman) em 1970;
  • Primeiro presidente e depois diretor da Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam) entre 1979/81;
  • Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) por diversos períodos; entre outras funções.
Mário Guerreiro lutou na Segunda Guerra Mundial em 1944. Foto: Arquivo Pessoal

Seu pai era contador do extinto jornal Correio do Norte e faleceu quando Mário tinha 10 anos, sendo criado pela mãe e tia.

Em 1940, ele começou a trabalhar como datilógrafo em São Paulo. Em 1942, ele se apresentou à praça no Exército e foi convocado para guerra em 1943.

No dia 22 de setembro de 1944, ele embarcou para o teatro de operações da Itália para lutar na Segunda Guerra Mundial. Ele voltou ao Brasil em 1945, e voltou a trabalhar em São Paulo, na mesma empresa em que atuava antes da guerra.

Mário se casou em maio de 1948, em Manaus, com Thereza. Mas só voltou a morar na capital amazonense em 1951, para assumir o cargo de diretor-superintendente do Hotel Amazonas. Em 1954, ele se formou Bacharel em Direito e obteve a inscrição de número 154 na Ordem dos Advogados Seccional Amazonas (OAB-AM).

Homenagem

O Comando Militar da Amazônia (CMA), em 2020, conduziu uma solenidade em sua homenagem. Durante a cerimônia, foi dado o Toque de Presença de ex-combatente e foi entoada a Canção do Expedicionário.

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