Livro de escritora indígena do Acre alcança 1° lugar entre os mais vendidos na Amazon
A escritora acreana Mirlla Muniz, indígena da etnia Nukini, está entre as autoras mais vendidas na plataforma de vendas Amazon. Com o livro 'Todas as vezes que te vi sorrir', ela aparece como 'Top 1' em vendas na loja Kindle da plataforma, em novembro.
A autora começou a escrever em 2021 e aos 23 anos já possui cinco livros publicados, sendo o primeiro chamado 'Rebeldia', que atualmente passa por uma reescrita.
"O que me motivou a escrever foi ler histórias e muitas vezes não gostar do final ou achar que poderiam ter seguido um final alternativo. Estava lendo um dia e pensei: 'e se eu pudesse escrever e fazer uma história do jeito que eu quero?' Então comecei imediatamente. Um mês e meio depois, eu já havia terminado o livro. Era um livro simples, mas foi o que me incentivou a ir cada vez mais longe, pois eu pensei: 'se eu consegui terminar esse, eu consigo terminar muito mais'", explicou.
Mirlla Muniz estudou em escola pública, é formada em pedagogia e hoje trabalha apenas com a escrita. Ela conta que não esperava que o livro ficasse entre os mais vendidos. O best-seller foi lançado no último dia 6.
"Eu sou uma pessoa que tem muita síndrome do impostor, nunca acho que nada meu será bom o suficiente e todas as pessoas que estavam envolvidas no processo do meu livro, lendo e dando opiniões, falaram que ele estava bom. Mas não tinha tanta fé. Então, quando fui lançar o livro, a Amazon segurou a publicação por mais de 20 horas, o que me fez pensar: isso é um sinal de que tudo dará errado. Quando o livro lançou, ele entrou no ranking e estreou no top 1 de vendas no Kindle. Eu fiquei em choque, acordei com amigas me ligando e acordei todo mundo na minha casa gritando de alegria. Chorei, gritei e até hoje, ainda é um choque olhar e ver meu nome lá. Meu livro lá. É algo do qual eu me orgulho muito",
contou.
Quatro livros da autora podem ser encontrados na plataforma e atualmente ela está trabalhando em uma série de livros chamada 'Os Mancini'.
*Por Idhelena Vieira, estagiária sob a supervisão de Tácita Muniz, do g1 Acre
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