Livrarias físicas de Manaus resistem a era digital

Segundo um estudo divulgado em 2023 pela Associação Nacional de Livrarias, existem quase 3 mil livrarias no Brasil.

Apesar do crescimento do comércio eletrônico, livrarias ainda resistem à modernidade. Foto: Reprodução/Rede Amazônica AM

Comprar um livro hoje é mais fácil do que nunca: do conforto do sofá, você pode fazer a encomenda com alguns cliques e, em poucos dias, o exemplar chega em sua casa. No entanto, ainda há quem prefira a experiência de ir até uma livraria física.

Segundo um estudo divulgado em 2023 pela Associação Nacional de Livrarias, existem quase 3 mil livrarias no Brasil, resistindo à crescente popularização do comércio eletrônico.

A produtora de eventos Loren Lunière, por exemplo, destaca a importância do contato com o livro físico:

Apesar da sua singularidade, as livrarias de rua enfrentam grandes desafios. Além dos custos operacionais elevados, elas precisam competir com a facilidade e a conveniência das compras online.

Fundada em 1975, uma livraria localizada no Centro de Manaus (AM) é um verdadeiro marco literário da cidade. Com um acervo de 60 mil livros, o espaço sempre foi referência na busca por obras raras e no contato direto com pesquisadores e estudantes. Mesmo com o cenário desafiador, ela continua a se afirmar como um espaço de resistência cultural.

“A livraria, nos anos 80 e 90, era um centro de referência, um local onde os intelectuais gostavam de estar, então vinham pra bater papo, reencontrar amigos. A partir dos anos 2000, nós tivemos o início dessa inversão de público, com a criação da internet e a facilidade de comunicação, além do acervo de livros que já começava a ser disponibilizado em PDF nas redes sociais”, explicou José Maria Mendes, proprietário da livraria.

Em um movimento contrário ao avanço do mercado digital, outra livraria, também localizada no centro da capital, inaugurou suas portas há dois meses. Com foco em um ambiente acolhedor e na venda de obras clássicas, o espaço busca criar uma conexão especial com o universo literário.

“A gente viu o quanto a cidade tem buscado a livraria, o quanto essa questão do pegar no livro, embora tenhamos todas as tecnologias, é diferente. Então, pensamos em um espaço que transmitisse isso, com interação e um layout bonito. Acho que hoje, ao pensar em livro, é pensar também em como atrair essas pessoas para esse consumo”, afirmou João Fernandes, dono da livraria.

Os negócios, que resistem às mudanças do mercado, continuam a lutar para garantir seu “final feliz”, criando espaços que vão além da simples venda de livros, mas que também cultivam a cultura e o prazer da leitura em um mundo cada vez mais digital.

*Por Ciana Lobato, da Rede Amazônica AM

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