Foto: Reprodução/Facebook-No Amazonas é Assim
Se você já passeou pelo Largo de São Sebastião, em Manaus (AM), certamente se deparou com o imponente Monumento à Abertura dos Portos. Contudo, o que poucos sabem é que a versão atual da obra não é a original.
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O primeiro monumento erguido no local, em 1867, era um simples obelisco, criado para registrar e comemorar a abertura dos portos do Brasil ao livre comércio com nações amigas.
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No entanto, com a prosperidade trazida pelo ciclo da borracha, uma nova e mais elaborada obra foi inaugurada em 1899, se tornando um dos principais símbolos históricos e culturais da cidade.

O monumento atual foi concebido pelo artista italiano Domenico de Angelis, o mesmo que decorou o Salão Nobre do Teatro Amazonas. A execução da obra ficou a cargo do escultor Enrico Quatrini. A peça se destaca pelo seu valor artístico e material, sendo composta por um conjunto escultórico de bronze sobre um pedestal de granito rosa lavrado.
O monumento exibe influências de diferentes estilos artísticos. Do barroco, herdou a riqueza de detalhes e a dinamicidade das formas, como âncoras, cabeças, serpentes e brasões. Do maneirismo, incorporou a multiperspectividade, exigindo que o observador caminhe ao seu redor para apreciar todos os detalhes da composição.
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Um monumento que conta histórias
O Monumento à Abertura dos Portos celebra a união entre os continentes e o impacto do comércio no desenvolvimento da região. Ele é composto por quatro embarcações, cada uma representando um continente:
América: simbolizada por um barco escandinavo, conduzindo uma criança que representa a juventude do continente e sua trajetória promissora.

Europa: um barco romano com um pássaro na proa, enquanto uma criança segura um globo terrestre, indicando sua influência no mundo.

África: representada por uma barca fenícia adornada com uma cabeça humana. Sobre ela, uma criança com dentes de marfim faz alusão às riquezas do continente.

Ásia: simbolizada por um barco turco com uma cabeça de leão na proa. A criança que a acompanha carrega um vaso, remetendo às trocas comerciais e às especiarias.

*Com informações do livro ‘Monumentos Públicos do Centro Histórico de Manaus’, de Maria Evany do Nascimento