Jovem escritor da nova geração na Amazônia afirma: “a poesia contemporânea amazonense resiste”

Aos 22 anos, Pedro K. Calheiros possui três livros publicados, sendo o mais recente ‘Crônicas de um poeta crônico’.

Capturar a essência da vida, das relações e expressá-las através do lirismo, essa é a natureza do poeta, escritor que utiliza dos versos para expor sua criatividade e pensamentos. Dentre algumas referências marcantes na poesia amazonense estão Thiago de Mello, Luiz Bacellar, Tenório Telles e Aníbal Beça.

Entretanto, com o passar das gerações, novos nomes surgem e deixam sua marca. É o caso do jovem escritor Pedro K. Calheiros, que, aos 22 anos, possui três livros publicados e uma carreira notável na literatura amazônica.

O Portal Amazônia conversou com o poeta sobre como ele enxerga o cenário da poesia contemporânea no Estado.

Foto: Divulgação/Pedro K. Calheiros

Poesia resiste

“A poesia contemporânea amazonense resiste”, afirma Pedro, que além de escritor é acadêmico de Direito. Ele destaca que existe um movimento muito forte envolvendo encontro de poetas para declamação de poemas, “mas em matéria de publicação de livros de fato, a poesia amazonense anda bem deficiente. Não temos, depois de Thiago de Mello, nenhuma grande referência”, acrescenta.

Pedro acredita que a inovação da poesia no Estado não está necessariamente relacionada ao surgimento de novos escritores.

“Para inovar, basta escrever diferente. É claro que os jovens têm uma visão diferente do mundo, enquanto os mais velhos carregam toda uma bagagem. Mas dizer que apenas os mais novos têm capacidade para inovar é etarismo”,

evidencia.

Abordando desde relacionamentos amorosos, família, amizades e reflexões a respeito da existência humana, o último livro lançado, ‘Crônicas de um poeta crônico’, em outubro deste ano, é a realização de um sonho para o escritor. A obra tem prefácio do artista e compositor amazonense Rui Machado.

Trata-se de uma coletânea de crônicas publicadas nos últimos dois anos. Além de relações, o autor escreve sobre o amor pela cidade Manaus, onde nasceu e mora o luto pela perda do pai, que era advogado e outra grande referência em literatura na região.

Suas outras duas publicações são ‘O amor em Quatro Versos’ (2015) e ‘Epifania Poética’ (2017).

Foto: Divulgação/Pedro K. Calheiros

Amadurecimento na literatura

Como outros escritores, Calheiros acredita que sua escrita evoluiu com o tempo e que a prática é fundamental para uma boa escrita. Ele afirma que toda sua bagagem fez parte de um processo para amadurecimento.

“Todo escritor passa por um amadurecimento natural. Não chegaria aqui se não tivesse escrito muito mal no início. Se quiser escrever bem, o escritor iniciante deve continuar e se dedicar, só assim conseguirá tornar a sua prosa ou a sua poesia melhor”,

finalizou.

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