Produzindo dois novos álbuns, Rosivaldo Cordeiro, ex-integrante da banda Carrapicho, é embaixador oficial da Amazônia na Europa. Foto: Divulgação
O som amazônico ecoa além das fronteiras brasileiras pelas mãos de um instrumentista nascido em Manaus (AM). Rosivaldo Cordeiro, que integrou a banda Carrapicho nos anos 1990, vive há nove anos na França e vem se destacando por projetos culturais que unem tradição regional e inovação musical.
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Entre os instrumentos que carrega como identidade estão o bandolim, o cavaquinho e o violão de sete cordas. Cordeiro é pioneiro em iniciativas que divulgam ritmos amazônicos, como a guitarrada, em território europeu. Em 2018, recebeu o título de embaixador oficial da Amazônia na França, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), reconhecimento que consolidou sua trajetória internacional.
“Quando se fala de Amazônia, todo mundo se remete diretamente à floresta, mas a nossa cultura é muito ímpar, principalmente quando se fala da música também, porque nós temos a tríplice fronteira. Então, são encontros de muitas vertentes através do rio. Eu trago isso na minha musicalidade. Não só do lado mais clássico, mas também na música de salão”, declarou o músico.
Viral nas redes sociais
o instrumentista fez parte de uma das fases mais marcantes da música amazonense, ao integrar a banda Carrapicho. O grupo ganhou projeção internacional com a música “Tic, Tic, Tac”, lançada na década de 1990 e regravada em diferentes países.
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O sucesso atravessou décadas e voltou a ganhar força nas redes sociais. O single foi remixado e lançado na França em 1996, alcançando posições de destaque nas paradas musicais da Bélgica, Suíça e outros países. Mais de 2 milhões de cópias foram vendidas, consolidando a canção como um marco da música popular.
“É uma música que levou tanta alegria e leva até hoje para as pessoas. Na época, eu trabalhava com músicos como Klinger Araújo e nosso saudoso Zezinho Corrêa, que marcaram gerações”, relembrou o instrumentista.

Meio século de vida e quase quatro décadas de carreira
No dia 3 de setembro, Rosivaldo comemora 50 anos de idade, sendo 39 deles dedicados à música. A trajetória inclui momentos importantes no Amazonas, como a atuação no Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, onde foi responsável pela criação do primeiro curso público de choro no Brasil.
Além das apresentações internacionais, ele mantém a dedicação ao ensino. Na França, ministra aulas utilizando instrumentos típicos brasileiros, aproximando estudantes europeus da sonoridade amazônica.
“O reconhecimento de ser um músico brasileiro, de Manaus, na Europa, eu acho que é o grande presente que eu trago nesse meio século de vida”, ressaltou.
Novos projetos musicais
Atualmente, o instrumentista está em fase de produção de dois novos álbuns. O primeiro, “Coração Latino”, reúne ritmos como cumbia, merengue, salsa, forró e carimbó. O lançamento está previsto até o fim de setembro e conta com a colaboração de familiares, que participaram das composições e gravações.
“Vai ter cumbia, merengue, salsa, forró e carimbó nesse álbum. Uma obra feita com a minha família, no período de férias, e cada um deu seu toque especial, com uma composição inclusive em francês”, revelou o artista.
Já o segundo álbum, intitulado “Alma Instrumental”, tem previsão de lançamento em novembro. O trabalho trará releituras de grandes sucessos e também composições próprias, reforçando a versatilidade do músico e sua proposta de valorizar a música amazônica em diálogo com o público europeu.
“Com a idade, vem a maturidade, uma extensa bagagem, e eu tenho certeza de que daqui pra frente o que vem é cada vez mais a representatividade e alegria amazonense para o público europeu”, finalizou.
Legado musical
Com uma carreira marcada por experiências no Brasil e no exterior, Rosivaldo Cordeiro se consolida como um dos principais representantes da cultura regional fora do país. O trabalho do instrumentista reafirma o papel da música como ponte cultural, capaz de conectar diferentes povos por meio de ritmos, melodias e histórias da Amazônia.
