Três histórias inusitadas de cemitérios da Amazônia

O Dia de Finados, celebrado no dia 2 de novembro, marca uma alta movimentação nos cemitérios. Na Amazônia não seria diferente, mas diferente mesmo são alguns desses cemitérios.

Foto: Reprodução/UFPA

O Dia de Finados, celebrado no dia 2 de novembro, é realizado desde o século V, após a Igreja Católica escolher um dia do ano para rezar por todos os mortos. A data marca, no Brasil, uma alta movimentação nos cemitérios, uma vez que muitos familiares aproveitam o momento para visitar seus entes queridos que já morreram. Na Amazônia não seria diferente, mas diferente mesmo são alguns deles.

Leia também: Fatos curiosos e peculiares sobre os cemitérios na Amazônia

Conheça – ou relembre – fatos sobre alguns construídos na Amazônia que são inusitados:

A ilha cemitério

Localizado nas margens do Rio Negro, o Cemitério Nossa Senhora da Conceição das Lages, é um dos que estão localizados na Zona Rural de Manaus, no Amazonas. Ele está localizado na Ilha Visconde de Mauá, no bairro Mauazinh, e foi fundado em 1906. O local possui espaço para mais de 1.900 sepulturas, distribuídas em uma área de 21.840 m², segundo informações da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), tendo recebido mais de 1.920 inumados.

Isolado em uma ilha com aproximadamente 40 metros de altura, o acesso para pode ser feito apenas por meio fluvial, geralmente em período de cheia do rio, por meio de lanchas que vão até o local. 

Saiba mais: Conheça o cemitério construído em uma “ilha” na Amazônia

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Foto: Robervaldo Rocha / Acervo Semcom

Museu, parque…?

Transformado em parque em 2023, um cemitério no Pará se tornou verdadeiro espaço cultural. Trata-se do Parque Cemitério Soledade, em Belém. Nele, o visitante consegue passear através da memória da capital paraense.

Com influências do romantismo, neoclássico, neogótico e neobarroco, em 1964 ele foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio arquitetônico, urbanístico e paisagístico. Foi o primeiro tombamento de um cemitério no Brasil.

Em mais de 170 anos de existência, foram sepultadas mais de 30 mil pessoas, em grande parte vítimas das epidemias de febre amarela e cólera, que marcaram o século XX. Hoje, o Parque possibilita múltiplos usos para o culto religioso, passeio, pesquisa, educação patrimonial, entre outros.

Saiba mais: Parque Cemitério Soledade: patrimônio histórico é espaço vivo de cultura e aprendizado

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Foto: Reprodução/UFPA

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A cidade que não pode ter cemitério!

Um município amazônida possui uma característica tão única que não é possível construir um cemitério no local. Pesquisadores afirmam que o problema é o tipo de solo da cidade, por possuir uma substância chamada Caulim, um tipo de minério composto por silicatos hidratados de alumínio. O minério impede que os corpos se desintegrem. 

Este município é Pacaraima, em Roraima. A cidade tem 8.025,045 km² de área territorial e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem uma população de pouco mais de 20 mil pessoas. A cidade fica no extremo norte do Estado, na fronteira com a Venezuela. Com 920 metros de altitude é considerada a cidade mais alta da Região Norte do Brasil.

Saiba mais: Portal Amazônia responde: por que Pacaraima não pode ter cemitério?

Foto: Reprodução/Instituto de Pesquisas Tecnológicas (SP)
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