Saiba qual a importância cultural da Terra Indígena São Marcos em Roraima

A Terra Indígena São Marcos é cortada pela BR-174, rodovia que liga a capital Boa Vista ao município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

Foto: Reprodução/Sesc-RR

A Terra Indígena São Marcos, localizada entre os municípios de Pacaraima e Boa Vista, em Roraima, é um dos territórios indígenas mais importantes do Brasil. Com uma área de aproximadamente 654 mil hectares, abriga cerca de 5.800 pessoas das etnias Macuxi, Wapichana e Taurepang, pertencentes às famílias linguísticas Karib e Arwak.

Este território foi homologado oficialmente em 1991 por meio do Decreto 312/91, garantindo a posse tradicional aos povos originários que ali vivem há séculos.

Estudos indicam que as terras indígenas são fundamentais para a conservação da biodiversidade e da floresta amazônica, se tornando essenciais na luta contra o desmatamento e as mudanças climáticas.

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A Terra Indígena São Marcos é cortada pela BR-174, rodovia que liga a capital Boa Vista ao município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

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A paisagem do território é marcada pelo lavrado roraimense, uma formação vegetal típica da região, e pela Floresta Equatorial, que começa a se destacar na Serra de Pacaraima.

Foto: Reprodução/Sesc-RR

Devido a sua importância, em 2019, a Fecomércio de Roraima preparou um material, em parceria com comunidades indígenas, sobre o turismo social. Uma das edições destacou a Terra Indígena São Marcos. Além de imagens, o roteiro mostra os sabores e a cultura dos indígenas que vivem no local. Confira:

Manutenção cultural

Os povos originários da região mantêm um modo de vida tradicional baseado na caça, pesca, agricultura e coleta de recursos naturais, práticas que garantem a sustentabilidade e a preservação de seus conhecimentos ancestrais. A posse do território é essencial para a continuidade dessas práticas e da identidade cultural dessas comunidades.

Um dos pontos de destaque da região é a comunidade Nova Esperança, que abriga sítios arqueológicos de grande relevância histórica. Rochas com inscrições rupestres em baixo relevo, produzidas por povos ancestrais, tornam o local sagrado para os habitantes da terra indígena, reforçando a importância da preservação desse patrimônio cultural.

Foto: Reprodução/Sesc-RR

Conflitos fundiários

A história da Terra Indígena São Marcos está intimamente ligada ao período colonial brasileiro. Seu nome remonta ao século XVIII, quando as autoridades portuguesas estabeleceram a Fazenda São Marcos como uma das três fazendas da Coroa para garantir a ocupação do Vale do Rio Branco.

Em 1916, a gestão da fazenda foi transferida para o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), precursor da atual Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), consolidando o reconhecimento da área como território tradicionalmente indígena.

Nos últimos anos, a Terra Indígena São Marcos tem sido alvo de debates políticos e jurídicos. Desde 2019, tramita no Congresso Nacional um projeto de Decreto Legislativo que visa reduzir a área da terra indígena para excluir a cidade de Pacaraima, o que tem gerado preocupação entre as comunidades indígenas e organizações de defesa dos direitos indígenas.

Esse tipo de medida pode comprometer a proteção do meio ambiente e a segurança territorial dos povos originários, fragilizando suas condições de vida e ameaçando sua cultura.

Foto: Reprodução/Sesc-RR

*Com informações do Sesc Roraima e Governo de Roraima

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