Considerado um dos bois de Manaus (AM) mais novos, junto com o Boi Clamor de um Povo, a Associação Cultural Folclórica Educandense Boi Bumbá Garanhão, surgiu na zona sul da capital amazonense em 1991.
Ao todo, o Boi Garanhão acumula 14 títulos de campeão do Festival Folclórico do Amazonas. Marcado pelas cores verde e branca, o bumbá surgiu da necessidade de se possuir uma manifestação cultural depois que a competição da dança folclórica ‘Caninha Verde’ deixou de existir.
“Existia uma dança regional na qual grande parte do Educandos participava, que se chamava Caninha Verde. Eu fazia parte, minha família também. E aí quando essa dança foi encerrada, ficamos inconformados e, como a gente já participava do folclore desde muito cedo, a gente marcou uma reunião para decidir o que ia fazer”, contou uma das fundadoras do Boi, Edna Morais.
No começo, a ideia era reunir o grupo de amigos engajados em movimentos culturais para a população do bairro ter alguma forma de entretenimento, “não ficar parada”, segundo a fundadora.
“E lá a gente fez essa reunião, resolveu tudo. Nome, a cor seria verde e branca, como é até hoje. E o boi seria um preto em homenagem ao boi Caprichoso. O nome, escolhemos Garanhão em homenagem ao boi Garantido”, continuou Edna.
Assim como nos outros bumbás da capital amazonense, a atual presidente do Boi Garanhão, Atelía Ribeiro, ressalta a necessidade de divulgação tanto dos bois de Manaus, quanto do Festival em si.
“A gente necessita muito de uma divulgação aqui na cidade, para que as pessoas, os próprios manauaras possam conhecer. Tem gente que não sabe que existe, nem mesmo o boi Corre Campo, que é o boi mais antigo, o boi Tiraprosa que já está lá tem 80 anos”.
E acrescenta:
“O boi Garanhão tem 33 anos. Mas é um boi revolucionário. Surgiu e teve que modificar todo o contexto dos outros bumbás. Todos passaram a se readaptar e a construir uma nova forma de fazer o boi bumbá na cidade de Manaus”.
Para o apresentador Gabriel Ferreira, Item 1 do Garanhão, ser parte desse folclore é emocionante.
“A minha mãe já morou no bairro Educandos, estudou na escola Estelito Tapajós. Então hoje eu voltar e apresentar um boi da comunidade dela é uma emoção muito grande porque o Garanhão é um boi feito pelo povo. É um boi feito da comunidade, é um boi que já passaram várias pessoas aqui, então você representar esse povo, essa comunidade que acorda tão cedo para trabalhar, não tem preço”, finalizou.