Boi Brilhante: entenda a influência de outros bois e da miscigenação no bumbá

Assim como outros bumbás, o Brilhante surgiu como uma brincadeira entre amigos e já possui mais de 40 anos de história.

As décadas de 80 e 90 na cidade de Manaus (AM) foram marcadas pelo surgimento de várias expressões culturais, como o surgimento de dezenas de bumbás, que agitavam festivais folclóricos e as ruas da capital amazonense.

Entretanto, da mesma forma que surgiam os bois-bumbás, tempos depois deixavam de existir. Trilhando o caminho inverso, um dos que resiste é o Boi Bumbá Brilhante, criado por Vilson Santos Costa, o “Coca”, cuja história com a brincadeira do boi-bumbá remete à 1960.

Ao Portal Amazônia, a atual presidente do Brilhante, Rosa Lemos, esposa de “Coca”, conta sobre a trajetória do boi, fundado em 1982.

De fato, desde os 12 anos Vilson participava de festivais em Manaus, no então Estádio General Osório. A brincadeira surgiu por influência do pai, Edmilson Alves da Costa, que havia fundado a então ‘tribo Manaús’, pertencente a uma das categorias do Festival Folclórico do Amazonas.

No decorrer do tempo, Coca foi para o Boi Caprichoso, posteriormente para o extinto ‘Garrote Malhado’ e depois para o Boi Bumbá Corre Campo.

Até que, em 1982, como relembrou Rosa, ele decidiu fundar o próprio Bumbá.

Influência da miscigenação

A história da Amazônia e do Brasil como um todo é marcada por diásporas, ou seja, deslocamentos de povos e, consequentemente culturas e costumes. A própria tradição do boi-bumbá foi influenciada pelo Bumba Meu Boi, do Nordeste.

Leia também: Portal Amazônia responde: quais as diferenças entre o Boi Bumbá e o Bumba Meu Boi?

Foto: Layanna Coellho/Amazon Sat

É com essa contextualização que o tema “Diásporas: Ethos Ancestral” foi trazido para a apresentação do 66º Festival Folclórico do Amazonas, em 2024. O diretor do comitê de arte do Boi Brilhante, Sinny Lopes, explica:

Tripé de dificuldades

Tempo, recurso e divulgação. Sinny afirma que esse é o ‘tripé’ de dificuldades que, não só o Brilhante, como os seis bois de Manaus, enfrentam. Apesar dos avanços, ressalta a falta de investimentos e o fato de os bois não possuírem sedes próprias, utilizando o mesmo espaço dos barracões das escolas de samba.

Foto: Layanna Coellho/Acervo Amazon Sat
Boi Brilhante. Foto: Marcio James/SEC-AM
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