No enredo, o filme conta a história de Perpera, um índio Paiter Suruí que viveu até os 20 anos em um grupo isolado na floresta, onde se tornou pajé. Após o contato com os brancos, um pastor evangélico afirma que os atos e saberes do pajé são coisas do diabo e Perpera passa a viver um conflito interno. Apesar de se dizer evangélico e se definir como ex-pajé, continua tendo visões dos espíritos da floresta.
Carolina Fernandes, que assina a assistência de direção do longa e coordenação de produção na Amazônia, falou da importância da discussão temática proposta pelo documentário.
“O filme traz a questão da influência religiosa, que existe desde a colonização do Brasil. E não é contato do índio com o branco ou com a tecnologia que fará ele deixar de índio. É importante sempre pensar que o índio terá uma visão de mundo diferente da nossa”, disse.
Sobre a indicação, Carolina diz que a equipe toda está muito empolgada para o lançamento. “Toda a equipe vai para Berlim acompanhar a estreia mundial do filme, e celebrarmos juntos essa noite”, disse.
O Festival de Berlim acontece entre os dias 15 e 25 de fevereiro, e a previsão é de que o filme esteja no circuito comercial de cinemas do Brasil, ainda este ano.