Doces ou travessuras: saiba quais personagens amazônicos pregam peças e enganam as pessoas

Personagens como o Saci, Curupira e Caipora pregam diversas peças e fazem travessuras contra caçadores ou figuras que ameaçam a natureza.

Mundialmente conhecido como ‘Halloween’, o dia 31 de outubro celebra o ‘Dia das bruxas’ em diversos países. Na festa são usadas fantasias macabras e assustadoras, as casas ficam decoradas com acessórios que remetem ao universo das bruxas e monstros.

Dentre tantos costumes que marcam o Halloween, entre as crianças e jovens existe a tradição de se reunir na noite do dia 31 para pedir doces e dizer a famosa frase: “doces ou travessuras?”. Caso ganhem doces, saem felizes em busca da próxima casa, mas caso não ganhem, fazem travessuras e pregam peças nas pessoas que negam participar da brincadeira. O Brasil aderiu a tradição norte-americana por meio da influência de filmes e séries.

Mas na intenção de aproximar os brasileiros do folclore regional, em 2003 foi decretada a lei nº 2.762, que estabeleceu o dia 31 de outubro como ‘Dia do Saci’. A ideia é conscientizar e resgatar a variedade cultural presente no folclore brasileiro.

Folclore esse marcado por figuras que também são travessas, como o próprio Saci, o Curupira e Caipora. 

Izak Dahora como saci no ‘Sítio do PicaPau Amarelo’. Foto: Reprodução/Acervo TV Globo

Saci-Pererê

É impossível falar do Saci-Pererê sem lembrar do ‘Sítio do Pica-pau Amarelo’, obra do escritor Monteiro Lobato. Isso porque a figura mitológica ganhou maior visibilidade entre 1977 e 1986 após a exibição do programa infantil de mesmo nome. O Saci é um jovem negro, com uma única perna, usando gorro vermelho e carregando um cachimbo.

Com sua personalidade agitada, o Saci é conhecido por gostar de fazer travessuras e possuir a habilidade de fazer um redemoinho por onde passa. Ele protege a natureza, conhece sobre ervas e plantas e confunde as pessoas ou caçadores que entram na floresta sem autorização.

Ele faz isso principalmente com aquelas pessoas que apresentam um potencial de ameaça à natureza. Ele também esconde objetos, como machados, desarma armadilhas e apaga as luzes das casas. 

Foto: Celso Costa/Rede Amazônica

Curupira

Já na Amazônia, o jovem com cabelos da cor do fogo, pés virados para trás e que possui força e velocidade para defender a floresta de invasores que querem prejudicar a natureza é o Curupira. Ele habita na floresta e quando encontra caçadores que maltratam animais e queimam árvores, faz barulhos, bate nos troncos e assobia para assustar e afugentar os invasores.

Os seus pés invertidos ajudam a confundir os seres humanos, já que as pegadas apontam para a direção contrária que ele anda, e quando os invasores seguem o seu rastro acabam se afastando do caminho e se perdendo para sempre.

No século XIX, o guardião da floresta foi vinculado ao mal, conforme o primeiro relato do jesuíta espanhol José de Anchieta. Em carta, o padre contava que o Brasil escondia uma força demoníaca que era conhecida por perseguir e castigar.

Também existem relatos de que eram dadas oferendas para tentar agradar o Curupira e ele não atacar quem entrasse nas matas.

Foto: Juliane Prenhacca/Facebook-FolCollab

Caipora 

 A mulher indígena de baixa estatura e cabelos vermelhos é conhecida como Caipora, a guardiã da floresta que percorre a floresta montada em um porco-do-mato. Com seu cabelo avermelhado ela pode ser confundida com o Curupira, aterrorizando os caçadores como forma de proteção aos animais que habitam a floresta.

Conforme as lendas, caipora atua protegendo animais como a capivara, cutia, aqueles que são alvos de caçadores. Se um caçador encontrar com a Caipora, é símbolo de má sorte. Traduzido do Tupi, o seu nome significa “habitante do mato”. Existe também a teoria de que os indígenas usam tochas para se locomover nas florestas à noite na intenção de evitar a aproximação da Caipora, que tem temor a claridade. 

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