Inspirado na maior seca registrada em 2023 e pela ‘onda de fumaça’ nas últimas semanas, o filmmaker Everton Macedo quis gerar reflexões sobre o futuro da região através do audiovisual.
Realidade inspira ficção e ficção inspira a realidade: essa é uma característica do universo audiovisual. Inspirado na maior seca já registrada desde 1902 e pela intensa ‘onda de fumaça’ que amazonenses presenciaram nas últimas semanas, devido ao aumento do desmatamento e ao período de estiagem, o filmmaker Everton Macedo, de 35 anos, criou o curta-metragem ‘Colapso Iminente’.
O curta se passa em um contexto ‘apocalíptico’ de “fim do mundo”. O teaser, postado no dia 14 de outubro, viralizou nas redes sociais e em uma delas já passa de 1 milhão de visualizações (até o dia 18 de outubro).
Ao Portal Amazônia, Everton conta que trabalha há 20 anos no mercado audiovisual e começou como editor de vídeos aos 16 anos. Ele relata que se espantou com o viral e que acabou tomando uma proporção não esperada nas redes sociais.
“Eu percebi esse momento triste que o povo amazonense está vivendo e como isso pode afetar o mundo daqui a alguns anos. É perceptível que os problemas ambientais que vem se mostrando cada vez mais intensos interferem no clima do nosso planeta. A estiagem que estamos vivendo, as queimadas que todos anos destroem boa parte de nosso bioma e praticamente nada é feito para solucionar esse problema”,
explicou.
A princípio, a ideia era apenas capturar cenários da cidade para mostrar a realidade do dia a dia da população. Depois pensou em fazer um documentário acerca da estiagem no Estado, mas viu que demandaria um custo e tempo maiores.
“Quando eu assisti todas as imagens que capturei durante dois dias, eu percebi que a cidade me parecia um mundo apocalíptico. Foi aí então que comecei a pensar em produzir um curta-metragem de ficção baseado em fatos reais atuais e futuros”,
contou.
Distopia amazônica
Assista ao teaser:
O curta tem lançamento previsto para a última semana de outubro. A história desenvolvida se passa em um contexto daqui a 60 anos, na cidade de Manaus em 2083.
“Imaginei que seria uma cidade abandonada, mais do que hoje, com cenário totalmente apocalíptico, no qual o planeta Terra entrou em colapso total, nossos rios secaram, nossas florestas morreram, nosso ar é quase irrespirável, o ecossistema foi totalmente destruído levando a extinção de várias espécies fazendo com que as pessoas abandonassem seus lares em busca de comida, água, abrigo, mas principalmente de sobrevivência”,
pontuou o filmmaker.