Descubra 3 lendas “esquecidas” do folclore amazônico

É fácil lembrar de histórias como do a boto ou do curupira, mas você conhece, por exemplo, o capelobo?

O folclore é o conjunto de expressões culturais populares que unem aspectos da identidade nacional. Entre eles estão as danças, festas, mitos e lendas, que são mais populares. Celebrado em 22 de agosto, o Dia do Folclore Nacional é uma forma de relembrar as origens e o resultado da miscigenação cultural brasileira.

Todo o folclore é passado de geração para geração e é fácil lembrar de histórias como do a boto ou do curupira se pensarmos no contexto Amazônia. E foi pensando nisso que o Portal Amazônia procurou por lendas e ícones do folclore amazônico que estão adormecidos ou até mesmo “meio esquecidos” quando se fala do assunto. Confira:

Lenda da Mandioca 

A filha do cacique tinha aparecido grávida, o que desagradou muito o chefe da tribo. Ele não queria acreditar que ela não sabia como tinha engravidado, tal como dizia ao seu pai. Até que certa noite, um sonho aconselhou o cacique a acreditar na sua filha. 

Depois de nascer, Mani, como era chamada a indiazinha, era muito estimada na tribo, mas um dia sua mãe a encontrou morta. Desolada com a perda, a mãe resolve enterrar Mani na sua oca e todos os dias chorava a morte da sua filha, que mesmo sem vida apresentava um semblante feliz.

As lágrimas da mãe eram tantas que molhavam a terra onde dias depois nasceu uma planta desconhecida que ela passou a cuidar. Ao notar que a terra estava ficando rachada, resolveu cavar na esperança que encontrasse sua filha com vida.

E, assim, encontrou uma raiz, a mandioca, junção das palavras “Mani” e “oca”. Daí surgiu esse tubérculo nutritivo que é a base da culinária de muitos brasileiros, principalmente na Região Norte.

Em outra versão da lenda, o pajé de uma aldeia tem um sonho com uma planta desconhecida, uma profecia. Após o sonho, nasce Mani, uma menina de pele branca, como nenhum índio jamais tinha visto. A indiazinha morre misteriosamente e, na terra onde é enterrada, nasce a tal planta, cuja raiz é tão branca quanto a pele da menina, sendo batizada como “mandioca”.

Imagem: Reprodução/’A produção de farinha de mandioca e atividades investigativas para o ensino da matemática’, (Belém/PA – 2019)

Lenda do sol

A lenda de Kuandú conta a história de como e o porquê o sol surgiu, e porque é importante para os indígenas. A lenda conta a história de um homem, pai de três filhos. Cada um deles é o sol, mas apresentam características distintas e revezam entre si.

Com a morte do pai, pelas mãos de Juruna, Kuandú ansiava por vingança. Certo dia, quando Kuandú foi até a mata para colher coco, encontrou Juruna encostado em uma palmeira de inajá. Então, cego pela vontade de se vingar, Kuandú tenta matar Juruna, mas é atingido na cabeça  e tudo escurece. Com a falta de Kuandú, os indígenas da tribo não podiam sair no escuro para trabalhar para sua sobrevivência.

No lugar de Kuandú, então, sua esposa mandou que os filhos clareassem o dia. O primeiro foi, mas não aguentando o calor voltou e deu o lugar ao seu irmão. Este, cansado, deu lugar ao irmão mais novo. Desta forma conseguiam manter o dia claro revezando o trabalho entre eles.

Portanto, quando o dia está quente e seco, é o filho mais velho que está fora de casa. Já em dias mais frios e úmidos, é o filho mais novo que está fora. Quanto ao filho do meio, este assume o trabalho dos irmãos quando eles estão cansados.

Foto: Ingo Jakubke/Pixabay

Capelobo

O Capelobo é um personagem com aparência monstruosa. Segundo a lenda, conhecida no Maranhão e Pará, seu corpo é uma mistura de humano com outras espécies animais, que lembra o lobisomem.

Mas um lobisomem bem diferente, pois sua cabeça e focinho são de tamanduá-bandeira – variando em algumas regiões para cachorro ou anta; corpo de humano, com braços e pernas fortes; estatura aproximada de dois metros; patas redondas; um olho no meio da testa; e peludo.

Ele é muito veloz e gosta de correr pelas matas próximas aos rios e várzeas, rodeando casas ou barracas nessas regiões durante a noite. Seu rugido é tão alto que de longe se ouve. Ele se alimenta de pequenos animais, mas em algumas versões diz-se que também come caçadores. A única forma de matar este ser é atingi-lo no umbigo.

Foto: Reprodução/Guia dos Quadrinhos

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Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

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