Foto: Evandro Derze/Assecom
Finalistas do concurso de criação do hino oficial de Rio Branco, e moradores da cidade se reuniram na Praça da Revolução, no Centro da capital, para conhecer a composição vencedora. Os autores da letra levaram para casa o prêmio de R$ 12 mil.
Relembre: Você sabia? Rio Branco não tem hino oficial
Paulo Arantes e Maria das Graças, do Coral Rio Branco, tiveram sua composição escolhida e foram os grandes ganhadores da noite. Em segundo lugar, ficou Antônio Ferreira Pereira, levando R$ 5 mil e em terceiro lugar Hilda Lopes, levando ainda R$ 4 mil.
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, enalteceu a escolha e contou que descobriu que a capital ainda não tinha hino oficial, quando assumiu a gestão.
“Fiquei muito triste quando perguntei para a secretária de Educação, na época, se os alunos da nossa rede municipal cantavam o hino do município, e ela disse que não. Eu perguntei o porquê e ela não sabia responder e foi procurar. Era porque não tinha o hino, mas 42 anos depois que o município foi criado, a gente vai ter oficialmente o hino de Rio Branco. Eu estou feliz”, comemorou ele.
Gladson Cameli, governador do Acre, também compareceu ao evento e ressaltou a importância da escolha para os moradores da capital.
“Esse projeto tão importante que demonstra a história, e dedicação de homens e mulheres brasileiros e riobranquenses que aqui viveram, que escolheram aqui para criar seus filhos. Dos 22 municípios, só a nossa capital não tinha um hino oficial, então só parabenizar. É amor a terra que é onde a gente vive e trabalha e reconhece a dedicação de cada um, de todas as famílias, então, parabéns”, festejou ele.
Falta do hino
Em 2022, no aniversário de 140 anos de Rio Branco, o historiador Marcos Vinícius Neves explicou, que o hino até então atribuído à cidade é, na verdade, uma música em comemoração ao centenário da colonização do estado.
Em julho do ano passado, foi publicada a lei que dava providências para que houvesse a criação do hino oficial de Rio Branco. De acordo com a normativa de nº 2.465, de 6 de julho de 2023, a letra do hino deve fazer referência “à trajetória histórica e às situações geográfica, econômica e sociocultural do município”.
Também na época, houve até mesmo uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Rio Branco para discutir o projeto de lei que previa um concurso cultural para definir um hino oficial para a capital acreana.
Mais de um ano depois, a Fundação de Cultura, Esporte e Lazer Garibaldi Brasil (FGB) divulgou o edital de lançamento do concurso. Podiam concorrer composições criadas de forma individual ou em parceria.
O hino deveria ter, dentre outros, os seguintes objetivos:
- Manifestar o espírito cívico e o amor ao município, reafirmando através do hino a manutenção e preservação de suas tradições, sua cultura, belezas naturais, seu povo, origem, economia e projeção futura,
- Revelar e exaltar através da arte musical a expressão dos aspectos históricos e culturais de Rio Branco;
- Criar a letra e melodia do hino de Rio Branco a partir da referência geo-histórica do município, atendendo-se no poema às citações sobre a trajetória; histórica com enfoque nas origens, fauna, flora, solo, aspectos culturais, turísticos, históricos, econômicos e sociais do município, observando-se que não haja promoção de individualidades e particularidades.
- Apresentar à população de Rio Branco um hino que possa representar e promover o município em toda sua diversidade.
A composição foi avaliada nos critérios de consonância com a história, cultura e identidade, qualidade musical, métrica e estrutura, facilidade de execução, riqueza poética e qualidade literária, e acessibilidade. Os candidatos foram avaliados por uma comissão julgadora.
Confira a letra:
“Abraçado pela mata
Nosso rio viu nascer
Uma vila encantada
Uma vida a florescer
Luz, a quem vem chegando chuva, para o chão brotar
Céu, nos abençoando
Rio Branco é o nosso lar
Capital da natureza
Um sinal, de encanto e sedução Ela nasceu cercada de belezas do estado é o coração
Nossos povos da floresta
Seiva, vida pra ganhar
Algumas noites são de festa
E a sanfona a sanfonar
Refrão
Seringueiros vão à guerra
Brasileiros com armas na mão
Rio Branco! Nossa terra!
Um sagrado pedaço de chão!
Nossa gente mescla as cores
Sempre um povo tão gentil
Um buquê de muitas flores
Aquarela do Brasil
Nós, somos a história lendas, cantos e paixão
Mas, pela sua glória
Rio Branco é inspiração
Hoje é encanto e alegria
Um clarão, na hiléia tropical
Celebração da vida em harmonia
Na Amazônia ocidental
Gameleira é poesia
Viva, símbolo do amor
Toda frondosa é melodia
Num cenário encantador.
Refrão
Seringueiros vão à guerra
Brasileiros com armas na mão
Rio Branco! Nossa terra!
Um sagrado pedaço de chão!”
*Por Lucas Thadeu e Hellen Monteiro, da Rede Amazônica AC e informações da Prefeitura de Rio Branco