Inspiração do arquiteto Severiano Mário Porto para a construção surgiu por este ser um dos acessórios bastante utilizados pelos ribeirinhos amazônicos como proteção contra o sol.
Um dos restaurantes mais curiosos e marcantes da história de Manaus (AM) foi o Chapéu de Palha, que, literalmente, seguia de acordo com a proposta do nome. Fundado no dia 24 de Fevereiro de 1968, o restaurante ficava localizado no bairro Adrianópolis, na esquina das ruas Paraíba e Fortaleza e servia pratos regionais amazônicos.
O projeto foi idealizado no final dos anos 1960 pelo arquiteto Severiano Mário Porto, natural da cidade de Uberaba (São Paulo), que projetou inusitadas edificações utilizando materiais da região. A inspiração para a construção do imenso chapéu de palha surgiu por este ser um dos acessórios bastante utilizados por ribeirinhos amazônicos como proteção contra o sol.
O Chapéu de Palha foi construído com madeira natural de encaixes simples, cobertura de palha entrelaçada e concreto armado para as sapatas. Os materiais usados foram: troncos roliços de Aquariquara e palha de palmeira Buçu, além de alvenaria e concreto. O terreno possuía uma área de 2.400 m² e o restaurante ocupava 78,50 m².
O local foi elaborado para enfrentar as condições do clima quente e úmido típicas da cidade. Era divido entre ambientes como cozinha, sanitários e depósito em alvenaria aparente com tijolos de barro, incluindo o revestimento dos pisos. No interior do edifício, era possível notar uma estrutura parecida com a de um “grande guarda chuva”.
Com o projeto do Chapéu de Palha, o arquiteto ganhou o Prêmio Nacional de Arquitetura, concedido pelo Instituto de Arquitetura do Brasil e escolhido por uma comissão que tinha Oscar Niemeyer entre os membros.
Foram quase 20 anos de tentativas de manter o restaurante funcionando, mas fim dos anos 1980 o restaurante acabou sendo demolido, dando lugar ao que é hoje um posto de combustíveis.
Confira algumas imagens de como era o local:
Referências
ABRAHIM, Roger. Poesia na Floresta: a obra de Severiano Porto no Amazonas. Manaus: Reggo Edições, 2014.