Treze cidades da Amazônia com formatos inusitados e intrigantes

Algumas cidades se destacam por seus formatos curiosos, locais inusitados ou pela forma como foram construídas, refletindo tanto a geografia quanto a criatividade humana na adaptação ao meio amazônico.

Foto: Reprodução/Google Maps

A Amazônia brasileira, além de abrigar vasta biodiversidade, também guarda curiosidades urbanísticas que chamam a atenção até de quem as vê de cima – literalmente.

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Algumas cidades se destacam por seus formatos curiosos, locais inusitados ou pela forma como foram construídas, refletindo tanto a geografia quanto a criatividade humana na adaptação ao meio amazônico. Conheça algumas:

Macapá (Amapá)

Cortada pela Linha do Equador, Macapá é a única capital brasileira dividida entre os hemisférios Norte e Sul. Essa peculiaridade faz com que a cidade esteja literalmente no “centro do mundo”. No Marco Zero do Equador, um monumento permite que os visitantes fiquem com um pé em cada hemisfério.

O traçado urbano da capital amapaense reflete essa divisão simbólica, transformando Macapá em um marco geográfico e cultural.

Mapa de Macapá. Foto: Reprodução/Google Maps

Afuá (Pará)

Conhecida como a “Veneza Marajoara”, Afuá é uma das cidades mais singulares do Pará, e talvez do Brasil. Construída sobre palafitas, ela se ergue sobre as águas da Ilha do Marajó e não possui ruas pavimentadas nem carros.

s bicicletas e motos adaptadas (bicimotos) são os principais meios de transporte, e as passarelas de madeira conectam casas, comércios e escolas. O acesso é feito principalmente por barco, com viagens de cerca de duas horas a partir de Macapá, no Amapá.

Mapa de Afuá. Foto: Reprodução/Google Maps

Boa Vista (Roraima)

Planejada para ser moderna e funcional, Boa Vista é a única capital brasileira totalmente situada ao norte da Linha do Equador. Seu traçado urbano é considerado um dos mais bonitos do país: visto de cima, a cidade tem formato radial, lembrando um leque aberto ou um sol se expandindo.

As avenidas largas e simétricas foram inspiradas no urbanismo parisiense, o que torna Boa Vista um exemplo de planejamento na Amazônia.

Mapa de Boa Vista. Foto: Reprodução/Google Maps

Palmas (Tocantins)

Criada em 1989 para ser a capital do Tocantins, Palmas é fruto do urbanismo planejado. Sua planta é marcada por traçados geométricos e perfeitamente alinhados, com setores e quadras organizados de forma quase matemática.

O resultado é uma cidade simétrica, com um formato curioso e uma das melhores infraestruturas urbanas da região Norte.

Mapa de Palmas. Foto: Reprodução/Google Maps

Marajá do Sena (Maranhão)

Entre as menores e peculiares cidades da Amazônia Legal, Marajá do Sena se destaca por um detalhe: ela tem praticamente uma única rua principal. Esse traçado simples e linear faz da cidade um exemplo de urbanização minimalista, mas também um símbolo da realidade de muitos pequenos municípios do interior amazônico, onde o essencial se resume a uma via que concentra comércio, moradia e convivência.

Mapa de Marajá do Sena. Foto: Reprodução/Google Maps

Paragominas (Pará)

Paragominas foi uma das poucas cidades do Pará criadas de forma planejada. Sua fundação começou em 23 de janeiro de 1965, idealizada por Célio Resende de Miranda, que desejava construir uma cidade modelo na Amazônia. Após estudar diversas áreas durante uma viagem ao Pará em 1958, Célio escolheu o local entre os rios Gurupi e Capim por suas condições favoráveis.

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Com o apoio do presidente Juscelino Kubitschek, que viu no projeto uma forma de desenvolver e povoar a região, Célio recebeu autorização oficial e a cessão das terras pelo governo do Pará. Assim nasceu Paragominas, uma cidade planejada desde sua origem.

Além de receber a concessão da terra, Célio ainda foi presenteado com uma planta elaborada pelo urbanista Lúcio Costa, a qual havia concorrido, junto a outras, para o projeto de construção de Brasília, classificando-se em 4° lugar. Este projeto foi obtido por Célio Miranda através da doação por intermédio do geólogo Jofre Mozart Parada, que na época trabalhava em Brasília. A planta fora planejada em formato tri-hexagonal e como não havia a quantidade necessária de recursos, a planta original sofreu algumas modificações.

Mapa de Paragominas. Foto: Reprodução/Google Maps

Nova Iorque (Maranhão)

A cidade de Nova Iorque no Maranhão é um modelo de cidade planejada com um formato de estrela, com ruas que se irradiam de uma praça central. O planejamento foi uma resposta à necessidade de realocar a população quando a sede original foi inundada pela represa da barragem em 1968, sendo a nova sede construída com recursos do governo federal.

Cidade de Nova Iorque. Foto: Reprodução/Google Maps

Guajará-Mirim (Rondônia)

Vista do alto, Guajará-Mirim se assemelha a um imenso tabuleiro de xadrez incrustado na floresta amazônica. Suas ruas formam um traçado geometricamente regular, fruto de um planejamento urbano concebido no início do século XX, período em que a cidade se expandia impulsionada pela construção da lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

Mapa de Guarajá-Mirim. Foto: Reprodução/Google Maps

Anamã (Amazonas)

Anamã, localizada a 161 km de Manaus, é conhecida por seus lagos, como o Membeca e o Patuá, ideais para banho e pesca esportiva. O município surgiu com a chegada de seringueiros e aventureiros que buscavam terras férteis e seringais, e hoje abriga pouco mais de dez mil habitantes distribuídos em 22 comunidades.

Situada às margens do lago de Anamã, conectado ao rio Solimões, a cidade está em uma região de várzea sujeita a inundações. Por esse motivo, é chamada de “cidade anfíbia”, já que durante parte do ano fica submersa, com toda a sua infraestrutura adaptada para conviver com as cheias dos rios.

Mapa de Anamã. Foto: Reprodução/Google Maps

Nhamundá (Amazonas)

Nhamundá, localizada a 375 km de Manaus, se destaca como uma joia insular sobre as águas escuras do rio Trombetas, parecendo ter sido cuidadosamente desenhada à mão. Cercada por igarapés sinuosos e densa vegetação amazônica, é reconhecida como a cidade mais oriental do Amazonas, e também uma das mais isoladas do estado. Por ter sido construída inteiramente em uma ilha, em uma área de 14.107 km², o acesso à cidade é basicamente de barco.

Mapa de Nhamundá. Foto: Reprodução/Google Maps

Sinop (Mato Grosso)

Em Sinop no Mato Grosso, a expressão ‘dois triângulos diamante’ provavelmente faz referência ao dispositivo em formato de diamante utilizado nos viadutos da passagem urbana da BR-163. Essa configuração viária, composta por dois triângulos opostos que formam um losango, foi projetada para otimizar o fluxo de veículos e garantir maior segurança no tráfego.

Mapa de Sinop. Foto: Reprodução/Prefeitura de Sinop

Vila Rica (Mato Grosso)

Vila Rica, também no Mato Grosso, foi planejada desde sua fundação, em 1978, para ter o formato de um sino. O traçado urbano foi idealizado pelo engenheiro e urbanista Cuno Roberto Maurício Lussy, professor da UFMG, que desenhou o centro dividido entre os setores Norte e Sul formando o contorno característico. Essa configuração planejada tornou-se uma das principais marcas da cidade.

Mapa de Vila Rica. Foto: Reprodução/Google Maps

Querência (Mato Grosso)

Outra cidade em Mato Grosso com uma história diferente é Querência. A cidade faz parte da Grande Bacia Amazônica e está situada a cerca de 927 km de Cuiabá. Com uma área de 17.799,99 km², o município abrange parte da Reserva Indígena do Xingu dentro de seus amplos limites territoriais. A cidade se destaca pelo traçado urbano regular, com quadras em formato de quadrados perfeitos, resultado de um planejamento que privilegia a organização e a simetria.

Mapa de Querência. Foto: Reprodução/Google Maps
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