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Quarta, 01 Mai 2024

Cidade 'fofoqueira': "fama" de Manaus não é recente, explica historiador

Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Atualmente, Manaus (AM) tem ganhado uma série de perfis nas redes sociais sobre fofocas de personalidades da mídia. No entanto, engana-se quem pensa que essa cultura surgiu agora. 

O historiador Fábio Augusto revelou que jornais do século XIX eram especializados em fofocas.

"Nos últimos anos, pesquisando em jornais e lendo relatos de viajantes, descobri que Manaus é uma cidade com larga tradição na fofoca. Em 1849, o viajante inglês Alfred Russel Wallace escreveu que o passatempo preferido dos manauaras era fofocar e eram fofocas bastante pesadas", 

contou o historiador.
Imagem: Reprodução/Instagram - historiainteligente_

O historiador contou que no final do século XIX, por volta de 1890, começaram a surgir jornais especializados em mexericos, que cresceram nas primeiras décadas do século XX. 

Os nomes remetiam ao relatos duvidosos sobre a vida dos outros. "Alguns tinham nomes curiosos, como A Marreta, A Lanceta, A Farpa, o KCT, o Mucuím, a Matraca e A Encrenca", disse.

No perfil História Inteligente no Instagram, o historiador possui uma compilação de recortes de jornais da época com essas 'fofocas'. 

Imagem: Reprodução/Instagram - historiainteligente_
Imagem: Reprodução/Instagram - historiainteligente_

Manaus recebia notícias dias depois 

Mas, tratando-se das notícias de fato, por muitos anos, Manaus tinha uma demorada comunicação com o Sudeste do Brasil, pois esse processo era feito entre embarcações. 

De acordo com o historiador Otoni Mesquita, um dos momentos mais importantes do país, quando foi proclamada a República, em 15 de novembro de 1889, a população da capital só soube no dia 21 de novembro, seis dias depois. E, por isso, por muitos anos, os manauaras comemoravam a Proclamação da República no dia 21 de novembro.

O historiador revelou que o mesmo aconteceu com a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. Demorou dias para que os manauaras descobrirem que o país era independente. "Na época da borracha, nosso contato deixou de ser exatamente com o Brasil e era mais com o exterior", destacou. 

*Com informações da matéria escrita por Bianca Fatim, do g1 Amazonas

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