O grupo surgiu em um Brasil sob Ditadura Militar, fundado por Margareth Refkalefsky, Zélia Amador de Deus e Walter Bandeira.
O teatro é um lugar feito para sonhar e quebrar barreiras. No palco, os atores dão vida as mais diversas histórias, que vão desde um amor impossível a uma viagem especial. No Estado do Pará, a Cia. de Teatro Cena Aberta fez história e produziu mais de 23 espetáculos entre os anos de 1976 e 1991.
O grupo surgiu em um Brasil sob Ditadura Militar, fundado por Margareth Refkalefsky, Zélia Amador de Deus e Walter Bandeira.
Influenciado por textos da dramaturgia brasileira e de clássicos da dramaturgia mundial, como Jean Genet, Santo Agostinho, Friedrich Nietzsche e Flávio de Carvalho, o Cena Aberta foi um dos primeiros grupos a inovar também na estética espacial de suas encenações.
‘O Quarto de Empregada’, encenado no Theatro da Paz em 1976, por exemplo, não separava palco e plateia, que era convidada a vir para o palco, junto com os atores e tudo se passava no mesmo espaço.
Também invertia papéis, em busca de romper preconceitos. O espetáculo conta a história de duas amigas, uma preta, interpretada pelas atriz Margaret Refkalesfsky, que é uma mulher branca, e outra branca, interpretada por Zélia Amador de Deus, que é uma mulher preta.
Trilogia
O último espetáculo do Cena Aberta foi ‘A Mulher Dilacerada’, que estreou em 1991. A montagem trazia como protagonista Margaret Refkalefsky e tinha direção de Cezar Machado para o texto cujo nome original é ‘Mulher Desiludida’, de Simone de Beauvoir, publicado em 1967.
Antes disso, porém, o grupo produziu, entre 1987 e 1991, os espetáculos mais conhecidos e polêmicos da trajetória. ‘Posição pela Carne’ e ‘Em Nome do Amor’, que ficaram conhecidas como a Trilogia da Paixão, pois traziam temas da sexualidade ainda não discutidos abertamente como hoje, como as questões de gênero.
‘Genet, O Palhaço de Deus’, baseado na obra do escritor francês Jean Genet, teve um processo coletivo, mas dirigido por Luís Otávio Barata, que selecionava textos e os distribuía aos atores que se dividiam em grupos e apresentavam sua versão das cenas. ‘Posição Pela Carne’ foi criado a partir do no texto do Antonin Artaud, chamado Heliogábalo ou o Anarquista Coroado.
O terceiro e último espetáculo dessa trilogia foi ‘Em nome do amor’, inspirado nos textos Apócrifos do Novo Testamento, também conhecidos como “evangelhos apócrifos”, uma coletânea de textos, alguns dos quais anônimos, escritos nos primeiros séculos do cristianismo, mas vetados pela igreja católica.