Cemitério dos Inocentes guarda parte da história de Porto Velho e do Brasil

Entre os cemitérios públicos da capital rondoniense, o Cemitério dos Inocentes se destaca pela sua relevância histórica e cultural.

O escritor Vespasiano Ramos foi sepultado em 1916 no cemitério dos inocentes. Foto: José Carlos

No dia 2 de novembro, o Brasil celebra o Dia de Finados, data em que milhões de pessoas visitam os túmulos de familiares e amigos para homenagear suas memórias. Em Porto Velho, os moradores se preparam para fazer dessa data, um momento de lembrança e respeito.

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Entre os cemitérios públicos da capital rondoniense, o Cemitério dos Inocentes se destaca pela sua relevância histórica. Localizado na região central, o espaço vem se consolidando também como um ponto de turismo de memória, atraindo visitantes interessados em conhecer os túmulos de figuras marcantes da história local e nacional.

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Em Porto Velho, os moradores se preparam para fazer dessa data, um momento de lembrança e respeito. Foto: José Carlos

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A história

O Cemitério dos Inocentes é um dos mais antigos da cidade. Construído em 24 de janeiro de 1915, o local foi inaugurado três meses após a criação oficial do município, no dia 2 de outubro do ano anterior, pelo então superintendente municipal Fernando Guapindaia de Souza Brejense, cargo equivalente ao de prefeito.

Na época, Major Guapindaia, militar reformado do Exército Brasileiro, teria prometido que o nome da primeira pessoa a ser sepultada ali, também seria o nome do local. Como os primeiros corpos enterrados naquele espaço teriam sido de duas crianças gêmeas, o local ganhou o nome de Cemitério dos Inocentes.

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Cemitério dos Inocentes
O local foi inaugurado três meses após a criação oficial do município, no dia 2 de outubro do ano anterior, pelo então superintendente municipal Fernando Guapindaia de Souza Brejense. Foto: José Carlos

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O nome “Inocentes”

O nome “Inocentes” remete aos primeiros sepultamentos realizados no local — de duas crianças, que inspiraram a denominação. Ao longo dos anos, o cemitério passou a abrigar os restos mortais de personalidades importantes, como Major Amarante, George Resky, a ornitóloga Emilie Snethlage, Mãe Esperança, que dá nome à maternidade municipal e Vespasiano Ramos, o escritor é um dos principais nomes da Região Norte do país que que marcou a história da literatura em Rondônia.

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O escritor é um dos principais nomes da Região Norte do país que que marcou a história da literatura em Rondônia.

De acordo com o secretário executivo de Turismo, Alekis Palitot, valorizar o Cemitério dos Inocentes é reconhecer a própria história da cidade.

“Neste cemitério estão sepultados muitos nomes da nossa cultura local, como a Mãe Esperança. O Cemitério dos Inocentes faz parte não apenas da história de Porto Velho, mas também da história do Brasil e do mundo”, destacou Palitot.

Sepulturas

Atualmente, estão sepultadas cerca de 35 mil pessoas, a maioria em jazigos e gavetas. Segundo relatos dos servidores que trabalham no local, o Cemitério dos Inocentes foi criado para resolver um impasse. É que a direção do histórico Cemitério da Candelária, construído no início de 1900, só permitia o sepultamento de trabalhadores da lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Por conta disso, a população sepultava seus familiares em uma área localizada nas imediações da atual Vila da Eletronorte, na zona Sul, onde funcionava como cemitério clandestino.

Em 2025, a expectativa da Prefeitura é de que mais de 20 mil pessoas visitem os cemitérios públicos de Porto Velho no final de semana, reforçando o significado de respeito, fé e memória que marca o Dia de Finados.

*Com informação da Superintendência Municipal de Comunicação de Porto Velho (SMC)

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