10 cidades da Região Norte com nomes curiosos e engraçados

Espigão, Feijó, Cutias... vários nomes parecem diferentes para uma cidade, mas cada um deles possui um bom motivo.

A Região Norte do Brasil é conhecida por sua imensidão territorial, suas florestas exuberantes e sua diversidade cultural.

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Mas, além dessas riquezas naturais e culturais, há também algo que chama a atenção de quem visita ou estuda a região: os nomes curiosos e até engraçados de algumas cidades.

Entre palavras de origem indígena, referências inusitadas à fauna, acidentes geográficos ou mesmo escolhas improváveis dos primeiros colonizadores, essas cidades revelam muito mais do que um nome estranho, elas contam a identidade da região.

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Curralinho (Pará)

Localizada na zona fisiográfica do Marajó, Curralinho é uma cidade paraense cuja origem remonta ao tempo das antigas fazendas que serviam de parada para embarcações que subiam os rios da região. No início, era apenas uma pequena propriedade rural com função de apoio logístico. Com o passar dos anos, a localidade cresceu em importância e foi elevada à categoria de freguesia em 1950, graças ao desenvolvimento de um núcleo populacional dedicado a São João Batista de Curralinho, o padroeiro que dá nome à cidade.

A cidade foi emancipada e transformada em município em 1970, e sua sede foi transferida para o local atual ainda em 1856, muito antes da emancipação oficial. Os moradores de Curralinho são chamados de curralinhenses ou curralenses, e a cidade mantém uma forte ligação com suas raízes ribeirinhas e agrícolas.

Cidades
Cidade de Curralinho. Foto: Reprodução/Câmara Municipal de Curralinho

Carrasco Bonito (Tocantins)

Carrasco Bonito é um pequeno município do extremo norte do estado do Tocantins, situado na região conhecida como Bico do Papagaio. Fundada em 1965 por famílias migrantes vindas do Maranhão, Piauí e outros estados nordestinos, a cidade nasceu da luta pela sobrevivência em meio à caça, pesca e agricultura de subsistência.

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De acordo com informações da prefeitura, a igreja do município, dedicada à Nossa Senhora de Fátima, foi construída de forma simples, com técnica tradicional de pau-a-pique. A pecuária tornou-se a principal atividade econômica, aproveitando as boas pastagens da região.

Cerca de 90% do território municipal está inserido dentro de uma reserva extrativista, que abriga pouco menos de 4 mil habitantes, conhecidos como carrascoenses.

Cidade de Carrasco Bonito. Foto: Reprodução/Câmara de Carrasco Bonito

Chupinguaia (Rondônia)

Localizada no estado de Rondônia, essa cidade passou a se chamar assim oficialmente em 1995. Antes, era conhecida como ‘Viradouro’, já que contava com apenas duas ruas.

A origem do nome ‘Chupinguaia’ é motivo de debate: enquanto alguns dizem que faz referência à ave ‘Chupim’, outros incluindo indígenas da região, afirmam que a palavra vem do tupi e significa ‘rio de sangue’, em alusão a conflitos históricos que marcaram a ocupação do território.

Atualmente, Chupinguaia é dividida em distritos como Guaporé, Boa Esperança, Novo Plano, Gorjão e Nova Andradina, e segue em crescimento tanto urbano quanto econômico.

Entrada da cidade de Chupinguaia. Foto: Reprodução/ Prefeitura Municipal de Chupinguaia

Xapuri (Acre)

Fundada em 1883, na confluência dos rios Xapuri e Acre, a cidade ganhou notoriedade histórica por ser o palco da Revolução Acreana e também o lar do ambientalista Chico Mendes, símbolo da luta pela preservação da floresta e dos direitos dos seringueiros. Durante o ciclo da borracha, foi um dos principais entrepostos comerciais da região.

O nome da cidade vem dos indígenas Xapurys, que habitavam a região. Hoje os xapurinenses preservam a herança cultural, histórica e ambiental da cidade.

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Cidade de Xapuri. Foto: Alice Leão/Agência Acre

Epitaciolândia (Acre)

Instalada oficialmente como município em 1993, Epitaciolândia surgiu de projetos de colonização implantados nos anos 80 pelo governo estadual. As primeiras famílias, em sua maioria agricultores migrantes do Sul do país, vieram em busca de terras férteis e melhores condições de vida.

De acordo com a prefeitura, Epitaciolândia possui forte presença de pequenas propriedades rurais, e seu nome é uma homenagem ao político Epitácio Pessoa, presidente do Brasil entre 1919 e 1922. Seus moradores são conhecidos como epitaciolandenses, e a cidade também se destaca por sua localização estratégica na fronteira com a Bolívia.

Cidade de Epitaciolândia. Foto: Reprodução/Prefeitura de Epitaciolândia

Cutias do Araguari (Amapá)

Com pouco mais de 5 mil habitantes, Cutias do Araguari é um município do Amapá cuja origem do nome é alvo de diferentes interpretações. Alguns dizem que a cidade recebeu esse nome por conta da grande quantidade de cutias que habitavam a área, já outros defendem que o nome tem origem em embarcações chamadas ‘cotias’, utilizadas pelos primeiros moradores para transporte fluvial.

Situada a 163 km de Macapá, a cidade vive da agricultura, com destaque para o cultivo de milho, mandioca e a tradicional produção de farinha de pacuí.

Cidade de Cutias. Foto: Reprodução/Governo do Amapá

Abaetetuba (Pará)

Abaetetuba é uma das cidades mais antigas do Pará, fundada em 1635 por padres capuchinhos que chegaram à região após navegar pelos rios amazônicos. O local era originalmente habitado por tribos nômades da etnia Sumaúma, que depois deram origem à aldeia de Beja, nome que antecedeu a atual nomenclatura.

O município foi desmembrado de Belém em 1880 e recebeu o nome de Abaetetuba oficialmente em 1943. Hoje, é um polo regional com forte presença do extrativismo, do comércio fluvial e de atividades religiosas tradicionais.

Cidade de Abaetetuba. Foto: Reprodução/Facebook-Biologia IFPA

São João da Baliza (Roraima)

Com nome que homenageia São João Batista, São João da Baliza é um município localizado ao sul de Roraima, criado oficialmente em 1982 após o processo de colonização impulsionado pela abertura da BR-210 na década de 1980. O termo ‘baliza’ refere-se ao ponto de referência geográfico usado pelos primeiros colonos que se instalaram na região.

A cidade tem hoje cerca de 8.500 habitantes, conhecidos como balizenses, e sua economia é baseada na agricultura e pecuária. É uma das cidades mais jovens do estado e continua em processo de crescimento populacional e estrutural.

Entrada da cidade de Abaetetuba. Foto: Yara Walker

Feijó (Acre)

Apelidada de ‘Terra do Açaí’, Feijó está situada na região central do Acre e possui uma população de mais de 31 mil habitantes. Seu nome é uma homenagem ao padre e político Diogo Feijó, e a cidade tem origens nos antigos seringais. Tribos indígenas como os Jina e os Chacallás foram os primeiros habitantes do território.

Entrada da cidade de Feijó. Foto: Reprodução/Portal Férias

Espigão do Oeste (Rondônia)

Espigão do Oeste recebeu esse nome por causa de uma colina elevada e de difícil acesso, conhecida localmente como ‘espigão’. A cidade foi criada em 1981, desmembrando-se do município de Pimenta Bueno. A colonização começou nos anos 60 com um projeto particular que não teve sucesso, mas que deu início ao povoamento definitivo da área.

A economia local se desenvolveu com a chegada das madeireiras, o que acelerou a ocupação e estruturação urbana. Hoje, com cerca de 32 mil habitantes, os espigoenses mantêm um estilo de vida que mistura ruralidade, tradição e progresso.

Entrada da cidade de espigão do Oeste. Foto: Reprodução/ Governo do Estado de Rondônia

*Com informações das prefeituras de cada cidade

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